Updates from Julho, 2012 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • ruigodinho1962 22:56 on 29/07/2012 Permalink | Responder
    Tags: Aveiro   

    Da relação entre uma banda de música e um faval Ou Da continuação da saga dos furos Ou De como se pode ir às natas a Sangalhos de bicicleta 

    8.30 horas da manhã. De entre os três Antónios, só o Nuno se aprestou ao cumprimento do objectivo da semana (ida a Aveiro). Os outros dois (Pedrosa e Alves) tiveram impedimentos de última hora, devidamente justificados. Daí continuarem a ter direito a nata na próxima viagem, seja ela onde for!

    Já o cognominado ‘Lenhador’, ontem tanto alombou (a rachar lenha? Não sabemos, mas também não é importante!) que hoje doía-lhe tanto o lombo que nem se podia mexer! Já o mais recente recruta (Botelho, o Miguel) levou sumiço tal que chegou a ponderar-se meter a PJ a investigar!

    Assim, a saída foi quase britânica, isto é, à hora aprazada! O caminho fazia-se em direcção à Mamarrosa, via Ancas e Amoreira da Gândara. Iam os dois ‘sobreviventes’ em amena cavaqueira (tempo, piso, dificuldades do caminho, …) quando à entrada da Mamarrosa surgiu um entroncamento com um caminho de terra, vulgo macadame mas mal tratado. Muitos vão sempre surgindo, mas este foi notícia porque se designava por Travessa da Banda de Música! Sabedores da fama daquela Banda, não pudemos de estranhar que tão pouca honra lhe fosse feita em semelhante via! A não ser, concordaram os dois, que algum motivo recôndito houvesse e nos escapasse…

    Pouco depois estavam os dois viajantes em plena EN 335 (Aveiro / Cantanhede) e concordavam que estar ali ou em Aveiro era quase o mesmo, pois o percurso era muito mais simples: quase completamente plano, sem grande trânsito, piso relativamente bom, apesar de algumas mazelas, … enfim, todos os requisitos para uma viagem de sucesso.

    Pois… mas não há bela sem senão: ultrapassados Sobreiro (de Bustos), Palhaça, Salgueiro, Quintãs, já em plena Quinta do Picado (ou seja, quase às portas de Aveiro) a roda da frente da bicicleta do escriba de hoje mandou uma assopradela e agachou-se! Uma lesão descoberta então no pneu havia provocado mais um furo para a já longa colecção…

    Trocar a câmara-de-ar foi relativamente simples, mas as condições do pneu levaram a desconfiar da viagem de regresso. Desse risco surgiu a ideia da segurança de um regresso de comboio. Encontrada a Estação mais próxima (Quintãs), tarefa que ainda deu que fazer, verificou-se que o próximo comboio seria só daí a mais de uma hora. Então há que arriscar e pernas a caminho, isto é, rodas a caminho!

    De início a medo, depois com mais alguma desenvoltura, lá fomos percorrendo o caminho sem novidades. Excepção feita ao facto de optarmos por atravessar Oliveira do Bairro, evitando a Variante, pois havíamos passado por uma Brigada da GNR uns minutos antes. Mas o estado das obras naquela cidade (???) fez-nos proclamar bem alto: “Volta, Litério, estás perdoado!”. Boa parte do atravessamento de Oliveira foi feita apeado, a caminhar ou a correr, consoante as possibilidades.

    O prémio surgiria em Sangalhos, não sem antes nos depararmos com a Viela do Faval. Nome muito mais adequado a uma rua daquela categoria, não acham?

    E qual foi o prémio, qual foi?

    Como ainda havia alguma disponibilidade de tempo, a nata desta vez foi saboreada mais tarde (11.30), deslocalizada (Sangalhos) e depois de 1001 peripécias. Por isso, pelo cansaço ou pelo verdadeiro valor, ficou assente que a nata da Flor do Trovisco estava deliciosa!

    A chegada a casa foi também britânica, porque o Nuno chegou exactamente à hora prevista.

    A viagem acabou por contar com quase 64 km, percorridos em quase 3h, à confrangedora média de 22.9 km/h (lê-se km por hora, segundo indicação de um entendido na matéria). Mas não dá para concluir se andei demasiado devagar na bicicleta, ou se corri demasiado depressa!!!…

     
  • nunorosmaninho 17:23 on 22/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    22 de Julho de 2012 – Cantanhede 

    Tamengos, Casa do Lenhador, nove horas. Quem passa, distraído, por estas estradas da Bairrada, encontra facilmente anúncios a furos de água. Hoje, a surpresa do António Alves ao sair de casa e os recorrentes azares do Rui fazem pensar que o negócio chegou aos furos de ar. O regresso do Miguel Botelho ficou assinalado com um imaginativo percurso, feito a subir e a andar para trás. Os ciclistas ascenderam da Mata para Horta. E quando o viaduto da auto-estrada convidava à velocidade, voltaram à esquerda, acabando a travar às duas rodas na inclinação abrupta de Barregão. Puderam assim penar outra vez, moderadamente, até ao Bolho. Foi então que o Tó exprimiu uma cristalina sabedoria velocipédica: «Ladeiras boas são as que descem.» Não julgue o incauto leitor que o esforço durou muito. Transposta a fase inicial, caiu-se numa modorra tão descansada e sem pressa que o Lenhador exortou a que não nos encostássemos ao cangalho de dentro.

     
  • topedrosa 16:56 on 22/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    Ciclista e artista de circo 

    Peter Sagan numa etapa da Volta à França

     
  • ruigodinho1962 14:20 on 16/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    E o Porto aqui tão Perto!… 

    (Ponte Luís I, entre Gaia e Porto, a tal onde agora passa o Metro)Mata – Curia, 13 de Julho de 2012, 8.30h da manhã

    É 6ª-feira!

    Yeeeaaahhh!

    Aquele a quem chamam periglicófilo, porque tem a ‘panca’ de coleccionar pacotes de açúcar, saíu de casa para uma longa viagem. Devido à impossibilidade de ser acompanhado pelos colegas (por motivos profissionais), aventurou-se sozinho na tentativa de concretização de um objectivo e longa data: ir até ao Porto de bicicleta.

    Depois de algumas tentativas abortadas, por más condições atmosféricas ou outras, este foi o dia. Era 6º-f. 13, mas qual o problema?! Se para os italianos o número do azar é o 17, então partimos do princípio que eles estão certos e nós errados e portanto o 13 não tem nada de problemático.

    E a prática confirmou a teoria: tudo correu pelo normal, ou melhor ainda, porque o que estava previsto ser uma ida de bicicleta e um regresso de comboio acabou por só conhecer a parte do comboio entre Porto e Ovar.

    A viagem para lá teve algumas peripécias mais ou menos interessantes.

    A única paragem foi em Lourosa, 1 min., para mudar a água para o cantil mais fácil de usar. E depois, em cima da ponte Luís I, para a foto documental que ilustra este texto.

    Ainda em Lourosa, um aglomerado de pessoas, parecendo estar à espera de um qualquer espectáculo ou corrida depressa mostrou a crua realidade: algumas dezenas de trabalhadores lutavam pelo seu emprego, mais um exemplo do que se vai passando por esse país fora.

    Atravessar Lourosa e Carvalhos não é muito fácil, porque as bermas são super estreitas, mas à saída desta 2ª localidade aconteceu o mehor momento da viagem: uma bifurcação; na via da esquerda aparece EN1 Gaia, A1 portagem; na da direita lia-se IC2 Porto, IC1 Viana da Castelo. Como em lado nenhum me apercebi de qualquer sinal impedindo a passagem de bicicletas, segui muito naturalmente pela via da direita. Era para o Porto que eu queria ir… O curioso foi umas centenas de metros depois verificar que estava a circular em plena Auto estrada 1!!! Entre Carvalho e Stº Ovídio foi o meu percurso! Voltar para trás estava fora de hipótese, porque seria uma manobra perigosa, pelo que segui. Pena foi que a velocidade máxima permitida era de 120 Km/h!…

    Depois, para fugir da confusão do trânsito, optei por meter a bicicleta no comboio e iniciar o regresso em Ovar. Depois de 93 km de manhã seguiram-se mais 67km de tarde, com desvio de Salreu para Albergaria. Apesar da EN 109 ser mais plana, as condições de circulação na Nacional 1 são bem melhores, com as bermas bem largas em grande parte do percurso.

    E nem a chuva que foi caindo desde a chegada a Albergaria foi impeditiva de continuar a impor o ritmo mais adequado. Às pernas, claro!

    Ou seja, em conclusão, 160 km num dia mostram que somos capazes de atingir os nossos objectivos, até com relativa facilidade, pelo que a partir daqui tudo passa a ser possível!!!…

     
  • ruigodinho1962 14:19 on 16/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    O Douro de cima de uma bicicleta 

    O Douro de cima de uma bicicleta

    (Ponte Luís I, entre Gaia e Porto, a tal onde agora passa o Metro)

     
  • nunorosmaninho 18:07 on 15/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    15 de Julho de 2012 – Cantanhede 

    Tamengos, Casa do Lenhador, nove horas. Ambiente distendido. Esta viagem começa a ser curta para atletas de tanto gabarito. Ao Rui, que teve bicicleta para ir ao Porto, serviu de recuperação activa. Circulando devagar, sobrou tempo para a conversa. Praticou-se com desvelo a maledicência política. Com uma pedalada mais enérgica, teria faltado fôlego para as queixas. Aliás, isto podia sustentar uma concertação social digna de um novo Maquiavel. Ponham-se os descontentes em cima de bicicletas, passem-lhes a retranca pelo selim, fixem-nos às duas rodas e lancem-nos pelo Buçaco acima. Todos os brados se calarão. Vendo bem, o País já segue, ajoujado e cabisbaixo, na curva do INATEL. Não há aí quem mande os Príncipes deste Estado por um buraco abaixo?

     
    • GM 08:35 on 23/07/2012 Permalink | Responder

      Lembro saudosamente as romarias ao Bussaco. Não de bicicleta, que também, em tempos áureos as encetei, mas sim aquelas que inda o Sol teimava em acordar, tal noctívago sonolento, e já o povo de Anadia rumava ao Bussaco. As laranjas e o cerveijão guarneciam a romaria ajudando a aclarar as vozes suaves das moçoilas e enérgicas dos rapazolas que namoriscando serra acima, entoavam belas canções, ora ao desafio, ora em plena sintonia. Finalmente lá atingíamos a secular floresta, edificada pelos Carmelitas Descalços, ainda hoje orgulho nacional. Depois de um repasto digno de reis, havia sempre quem, como eu, galgava à Cruz Alta, fazendo os passos do Senhor e depois o usasse como motivo de gáudio para aguilhoar os que, já esgotados, decidiam abandonar a romaria descendo a encosta de carro.
      A Vós caros ciclistas matutinos mantenham-se sempre ativos e duplos parabéns pelas vossas Viagens Cíclicas.

      • GM 18:42 on 28/07/2012 Permalink | Responder

        Peço desculpa aos célebres ciclistas pelo erro do cerveijão, mas ao fim de uns tantos cervejões já nem dariam pela intrusão da simples vogal.

  • nunorosmaninho 10:40 on 13/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    8 de Julho de 2012 – Mira 

    Mata, nove horas, reunião em Casa do Periglicófilo para abastecimento de ar. Viagem a bom ritmo. A condição física do Lenhador está cada vez melhor. A do Rui e a do Tó continuam excelsas. O Escrivão foi acusado de andar na retranca. Pura verdade. Da Mata a Mira, manteve-se sempre atrás. E no regresso, só a meio assumiu a cabeça do pelotão. Ir na retranca foi o que mais se ouviu. No entanto, isso tem muito que se diga. Aludir à retranca corresponde, em grande medida, a falar de burros, coisa em que ninguém gosta de se ver envolvido. Retranca pode ser a «correia que passa por debaixo da cauda das bestas e cujas extremidades se ligam à parte posterior da sela». Escreve Guerra Junqueiro em Os Simples: «Vai sem cabeçada, em liberdade franca, / O jerico russo duma linda cor; / Nunca foi ferrado, nunca usou retranca…» Também os ciclistas correm livres pelas estradas, mas com seus infalíveis capacetes. Já Aquilino Ribeiro é mais matreiro: «As cavalgaduras eram sendeiríssimas e destravadíssimas jumentas, salvo a Inácia, altaneira e garbosa em despeito dos anos, mas com uma retranca… que faria vergonha a um cigano deslavado.» (Uma Luz ao Longe, cap. 5, p. 94.) E eis como retranca chega a ser rabicho. Mas isto já é ir longe de mais.

     
  • nunorosmaninho 14:32 on 01/07/2012 Permalink | Responder
    Tags:   

    1 de Julho de 2012 – Cantanhede 

    Tamengos, Casa do Lenhador, junto à sineta com que se acorda a vizinhança, nove horas. Ausentou-se o António Alves, entrou o Rui Godinho. Em Cantanhede, faltaram as natas e o empregado do costume. Para a mesa, vieram queques (oh, meu Deus!) e bolo de chocolate. Na quinta-feira, o Tó e o Rui repetiram a peregrinação de 120 quilómetros a Mortágua e Caramulo. No tempo em que os animais falavam, dois jovens decidiram treinar para chegarem da Bairrada ao Algarve em dois dias. De bicicleta. Agora, um deles pensa ir almoçar ao Porto. Haverá bicicleta para tanto? Era uma vez uma casa, que tinha um dono, que tinha um sino, que tinha um badalo. Tocar o sino da casa será o mesmo que tocar o badalo do dono?

     
c
Compose new post
j
Next post/Next comment
k
Previous post/Previous comment
r
Responder
e
Editar
o
Show/Hide comments
t
Ir para o topo
l
Go to login
h
Show/Hide help
shift + esc
Cancelar