Fantasias de Agosto
Estando imerso na biografia de Eça de Queirós, voltado para o pôr-do-sol, que tinha, do outro lado, o monte Farinha e a gloriosa subida ao santuário da Senhora da Graça, ocorreu-me refazer de memória o que foi o ciclismo desta Viagens até ao presente dia 27 de Agosto.
Acabado o mês de Julho, entrámos de férias com devoção. O Vendedor partiu para os Algarves, e eu logo a seguir. O Periglicófilo também se deixou adormecer pelos requebros do mar. E assim também, creio, o Físico, o Peninha e os Informáticos.
Neste abandono geral, só houve lugar para inconsequentes gestos individuais. O Periglicófilo foi à Cruz Alta e mandou de lá uma fotografia do novo asfaltamento do troço da mata, que fez desaparecer os já antigos vestígios do alcatroamento feito por homens quase couraçados empunhando mangueiras ligadas a uma zorra com rodas de ferro. No segundo fim-de-semana, não houve saídas. Depois, o Físico chegou a Águeda, o Periglicófilo e o Vendedor retomaram o caminho de Portomar e, quando se pensava numa repetição desta rotina, chegou uma mensagem deste último atleta anunciando que, no domingo, iria com o Rúben a Fátima.
Eu, aqui posto à beira dos dez quilómetros lendários da Senhora da Graça, que ainda agora percorri de automóvel, dou razão ao Informático Motard, que sempre nos incitou a subi-los. Mas ele, que foi nestes dias, de mota, aos Pirenéus, aumentou a parada: quer enfrentar o Tourmalet, que calculo ser, não sei se em dificuldade ou em extensão, duas vezes a ida à Torre por Seia.
– Tourmalet, Telmo? Sempre um passo à nossa frente!
O Físico riu-se destas bem-humoradas fantasias, nas quais, no seguimento de Eça de Queirós, podíamos encontrar um fundo de realidade.
Eu a terminar estas palavras e o Enólogo a abandonar, pela segunda (e decerto última) vez. o grupo de WhatsApp das viagens cíclicas.
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