Updates from Julho, 2016 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • nunorosmaninho 09:10 on 29/07/2016 Permalink | Responder  

    Que encontro eu? 

    Passo ansiosamente para a edição de 20 de Agosto e, quando esperava uma reportagem dos ciclistas a percorrerem a grande velocidade a marginal entre a Figueira e Buarcos, que encontro eu? Apenas a notícia de que se iniciaria no dia seguinte a III Volta a Portugal, onde estaria, «com o maillot do Ginásio Figueirense, o valoroso vencedor dos circuitos da Bairrada, Joaquim Rosmaninho, que continua em plena forma». Também fotografei.

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  • nunorosmaninho 09:58 on 28/07/2016 Permalink | Responder  

    A ideia de Joaquim Rosmaninho e Manuel Prior na Volta a Portugal 

    A Voz Desportiva de 13 de Agosto foi toda dedicada às «Grandes competições náuticas internacionais de amanhã e depois na Figueira da Foz», a saber, remo, vela, natação e motor. Seis páginas de matérias, muita publicidade, muitas fotografias, muitos bigodes. Ciclismo: nada. Melhor dizendo: nada da corrida que nos fez ir à Figueira da Foz. Tenho de ser mais claro: apenas uma nota dizendo que a região se fará representar na III Volta a Portugal e, se entendo bem, chamando à IV Corrida dos Campeões «os 100 quilómetros da Figueira da Foz». Fotografei para que se inteirem e me digam se entendem o que se está a passar. A novidade reside na prevista participação de seis atletas na Volta a Portugal. Lá vemos Joaquim Rosmaninho e Manuel Prior.

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  • nunorosmaninho 11:21 on 27/07/2016 Permalink | Responder  

    Joaquim Rosmaninho no Ginásio Clube Figueirense 

    Do banco traseiro, extraí um volume maior que A5 mas fino, encadernado com papel marmoreado verde e pano nas lombadas e nos cantos. Continha as edições de A Voz Desportiva de 7 de Novembro de 1931 a 5 de Novembro de 1932. O número trezentos, de 6 de Agosto de 1932, trazia uma fotografia de José Maria Nicolau com dezenas de medalhas cravadas na camisola e o anseio de construir um estádio em Coimbra. Na terceira página, sob a epígrafe Ciclismo. As provas que patrocinamos, aludia à IV Volta dos Campeões na Figueira da Foz. Faltava uma semana. Estava tudo pronto: trajecto, prémios e lista de inscritos. Poderia oferecer-vos pormenores, mas eles seriam sempre uma previsão, apenas uma previsão, nunca a realidade.

    – Escolha alguns – disse-me o Anastácio.

    Estariam o Benfica e o Sporting, o Nicolau, o Trindade e mais trinta atletas. «No intervalo da primeira para a segunda volta far-se-á o campeonato infantil, em triciclos, bicicletas, automóveis e trotinetes.»

    – Veja quem são os corredores do Ginásio Clube Figueirense.

    Fui ver. Equipa do União de Coimbra: lá estava Manuel Prior. Equipa do Montemorense. Equipa do Ginásio: José Alves Barbosa, Virgílio Cardoso e…

    – O Joaquim Rosmaninho agora corre pelo Ginásio?

    – Assim parece.

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  • nunorosmaninho 22:03 on 24/07/2016 Permalink | Responder  

    Tudo menos ciclismo 

    A Primavera de 1932 chega ao fim. O entusiasmo desportivo mantém-se como uma força social. Há partidas de basquetebol, competições de tiro, desafios de futebol, provas de atletismo… E ciclismo? Em Coimbra, é o marasmo. Em «plena época do desporto do pedal», escreve um plumitivo preocupado, a cidade só viu «A volta dos campeões». Porque não há mais corridas? O que faz a delegação da União Velocipédica Portuguesa? Os seus membros estão inertes ou em desarmonia? Quem ousará proferir o «grito de ressurgimento»? Onde está um chefe salvador?

    Vem o mês de Julho. Há bolas no cesto, remos na água, o Porto empata 4-4 com o Belenenses, os juniores correm para ganhar os oitenta metros, os trezentos, os mil, os três mil, estafetas, barreiras, saltos em altura, comprimento e vara, lançamento do peso, disco e dardo. Vêem-se automobilistas vaidosos, gincanas que premeiam com perfumes as acompanhantes, atiradores disparando sobre pobres pombos, enfim, tudo menos ciclismo.

    17 de Julho é dia do Porto-Lisboa. Os corredores passariam em Coimbra pelas três da manhã. O júri de controlo, que ainda há poucos anos castigara o irascível Quirino, reúne-se outra vez no átrio da Câmara Municipal. A prova incluía «os melhores nomes do ciclismo nacional», mas esse título já não distingue os atletas de Coimbra.

    – Então o Porto-Lisboa? – perguntei ao Anastácio.

    O malandro encolheu os ombros. Não sabia nada e não tinha meio de lá chegar.

    – Não estou a gostar de 1932 – disse-lhe num tom acusador.

    – E se fôssemos à IV Corrida dos Campeões, na Figueira da Foz? É a 14 de Agosto.

    – Tens a certeza?

    – Não. Tudo se apresenta muito incerto.

    E tão verdadeiro era o receio do Anastácio que, ao chegar à Figueira da Foz, encontrámos muitos veraneantes e, se o vocábulo não vos ofender, alguns peralvilhos. O Anastácio protestou.

    – Essa palavra já não se usa.

    – Uso-a eu.

    – A palavra não é sua. Porque insiste?

    Naquele tempo, o areal era mais pequeno, o bacalhau secava ao sol de Buarcos, ainda não haviam chegado os refugiados espanhóis, em breve Jorge encontraria Mercedes.

    – Afinal, há ou não a IV Volta dos Campeões?

    Anastácio voltou a encolher os ombros e apontou para o banco traseiro.

    – Sei tanto como o senhor. Dei como certo o que li no jornal e enganei-me.

     
  • nunorosmaninho 14:13 on 21/07/2016 Permalink | Responder  

    Observação lacónica sobre o entusiasmo – Moinho do Pisco, 21 de Julho de 2016 

    Ex.mo Senhor Vasconcelos,

    O entusiasmo nunca é pueril, sobretudo quando se aplica a sete quilómetros de inclinação. E antes que me diga que o Moinho do Pisco só tem cinco e meio, informo que, esta manhã, na companhia do Informático Motard, passámos para lá do cume e fomos tomar café àquele estabelecimento isolado, que nem vi ao descer. O Jorge também podia ter vindo, mas ontem andou pelo Salgueiral e pela Cruz Alta e o cirurgião só o autoriza a usar a força toda a partir de Agosto. Porque havia de ser excessiva a alegria de voltar ao Moinho do Pisco? Não digo que tenha sido difícil. Conversámos toda a meia hora que demorou a chegar ao topo. Digo que passou muito tempo desde a última vez que ali estivemos.

    Hei-de perguntar ao Anastácio sobre Danika, que tenho bem presente na memória. Sobre o ó da ponte, nada devo acrescentar porque V. Ex.cia disse tudo.

    De V.ª Ex.ª cr.do at.º obr.do,

    Escrivão

     
  • nunorosmaninho 10:42 on 20/07/2016 Permalink | Responder  

    Assuntos pendentes 

    Quinta do Cabo (Mata), 20 de Julho de 2016.

    Ex.mo Senhor Escrivão

    Vejo com que pueril entusiasmo se prepara para regressar à poesia das bicicletas. Não entendo o enlevo projectado numa simples ida ao Moinho do Pisco. Mas saúdo-o porque ainda nem a meio chegou das venturas atléticas de Joaquim Rosmaninho e Manuel Prior. Temi que tivesse desistido desse grandioso empreendimento.

    Recordo-lhe que tem vários assuntos pendentes. O Verão de 1932 ficou suspenso e, dentro dele, mantém na sua posse o manuscrito de uma novela desportiva que não sei se leu e duvido que seja capaz de comentar. E já nem lhe exijo que dê continuidade à visão de Danika, «muito alta, muito loura, muito» não sei o quê. Esqueceu-se de Danika? Isso foi talvez há dois anos e desde então tenho esperado em vão pelo desenvolvimento dessa faceta obscura do Anastácio.

    Ande V.ª Ex.cia depressa por 1932, que eu cá estarei para lhe moderar os entusiasmos e o admoestar nos erros. Aproveito para lembrar que, indo da Portagem para Santa Clara, a ponte sobre o rio Mondego já não tinha nenhum ó. Está a entender? Essa espécie de rotunda é do tempo em que o conselheiro Acácio punha os briosos estudantes a proferir galanteios às donairosas tricanas. Nesse ano, os vãos de pedra já tinham dado lugar a um moderno tabuleiro metálico. E mesmo que lá permanecesse a velha ponte, acha que o Packard lá cabia? Ninguém o corrige? Decerto, ninguém o lê.

    Diga-me que foi um sonho e eu lhe responderei que isso não me interessa. Começou o ano a ler Darwin e a prometer que viria aí um relato de naturalista. Agora, não se queixe.

    De V.ª Ex.ª cr.do at.º e obr.do,

    Vasconcelos, velho homem da Mata

     
  • nunorosmaninho 11:37 on 19/07/2016 Permalink | Responder  

    Manteigas no pão 

    O alegado Escrivão tem escrito pouco e lido muito: exames, teses, relatórios e outros documentos onde nem uma bicicleta se encontra. Projectou num renascimento a partir de meados de Julho, que se está a revelar lento e insusceptível de celebração. Compreendem por isso que quando o Informático Motard fez uma chamada para subir o Moinho do Pisco na próxima quinta-feira, ele deu uma resposta pronta, afirmativa e enérgica. Lembrem-se que a época será considerada perdida se não contiver ao menos uma subida da serra da Estrela. Foi neste pressuposto que o Motard reagiu em tom lacónico:

    – O problema é que com este treino, nem por Manteigas…

    E que o Escrivão concordou:

    – Ó meu amigo, o nosso biciclismo vai mal. Muito mal, mesmo. Manteigas, só no pão!

     
  • topedrosa 06:19 on 18/07/2016 Permalink | Responder  

    O Escrivão defende-se. Em vídeo. 

    Com a sua nova faceta cineasta, o Escrivão só podia defender-se em vídeo. Se uma imagem pode valer por mil palavras, então um vídeo …

     
  • nunorosmaninho 10:06 on 14/07/2016 Permalink | Responder  

    O Escrivão defende-se 

    Os leitores do blogue não sabem que, ao passar para a versão electrónica na Amazon, os comentários entram todos e, por vezes, com breves introduções. Pois este vosso Escrivão apresentou o comentário do Informático Ferroviário com esta justíssima nota: «uma brilhante intervenção». Aceitei portanto a carapuça, que me caiu até aos pés. Dito isto, o que se segue não é uma defesa: são desculpas.

    A partir da próxima semana, regressarei às corridas de 1932, que ficaram paradas há mais de um mês, e às voltas de 2016, que andam frouxas e ainda não será no domingo que arrebitarão. Muito trabalho, muitos papéis, muitas coisas. Aviso, contudo, que tenciono acompanhar-vos à serra da Estrela. Em meu benefício, digo-vos que, infelizmente, as aulas de zumba foram interrompidas mas, em sua substituição, passei a frequentar bicicleta estática. Para vos provar o meu entusiasmo, ainda que longe do asfalto e sem a necessária regularidade, deixo-vos este vídeo comprovativo, que deve ser multiplicado até aos cinquenta minutos com partes de serra bem armadas.

    E assim, ameaçado pelo espectro de me tornar apenas Leitor, apresso-me a contrariar o perigo com uma nota que até vídeo tem. Reparem como o Jorge, que nos cumprimenta, está perto da máxima força! E vejam, ao lado, o Sr. Jaime, esse colosso de força, que aos oitenta anos ainda há-de andar mais do que nós todos juntos!

    Os informáticos talvez me possam ajudar a pôr aqui o vídeo, que se encontra em https://www.facebook.com/paulo.santos.14855 . Em alternativa, só posso mostrar-vos uma fotografia.

    Screenshot 2016-07-14 10.53.08

     
  • ruigodinho1962 18:03 on 10/07/2016 Permalink | Responder  

    X – 2 + 1 = 7 

    Já que agora também contamos com um Matemático no nosso pelotão, nada melhor que uma espécie de equação para ilustrar o treino de hoje.

    A variável ‘X’ representa os cíclicos da semana anterior. Dois não compareceram: o ‘Profissional’ Ruben, que foi treinar arduamente para as faldas do Caramulo; e o Escrivão, que pelos jeitos teve uma noite não menos árdua, o que lhe inviabilizou a comparência no stand cíclico de Tamengos.

    Mas estas duas ausências foram compensadas pelo regresso do Informático Motoqueiro, agora liberto das várias complicações que quase o trucidavam nas semanas anteriores.

    Mas aí está ele novamente, cheio de ânimo para recuperar o tempo perdido. E nesse ânimo envolve-se o desejo de pelo menos uma subida à Torre, mas que não seja pela vertente mais fácil.

    Oh! Que disparate! Pela menos difícil, como é evidente!!! Assim está mais correcto.

     
    • topedrosa 18:39 on 10/07/2016 Permalink | Responder

      Uma das vantagens do nosso blogue é de o cognome poder evoluir ao longo do tempo. Assim o Segundo Informático passou a ser o Informático Motoqueiro, o Lenhador passou a ser o Enólogo. Qualquer dia, o Escrivão vai passar a ser o Leitor …

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