Updates from Abril, 2023 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • ruigodinho1962 22:40 on 26/04/2023 Permalink | Responder  

    Quais natas, qual carapuça!!!
    Buçaco e arredores, 25 de Abril
    As voltinhas do dia foram o possível: perante tão poucos interessados, saiu dos planos uma ida à Figueira da Foz. A alternativa passava por uma abordagem ao Buçaco. Cruz Alta? Nim… Logo se veria.
    Atendendo ao percurso, foi o Físico quem aguardou pelos restantes cíclicos, o que levou a iniciarmos a sessão com um aquecimento via Vale da Mó, com passagem por Algeriz, Salgueiral e Monte Novo.
    Algures nesse percurso os cíclicos tiveram duas visões interessantes, uma que é facilmente documentada pela imagem (que já não me lembro como se coloca aqui! Mas hei-de conseguir…), mas a outra, dupla, de que é melhor não falar…
    A paragem seguinte deu-se já nos semáforos do Luso, onde as constantes indecisões destes momentos foram reduzidas a procurar uma nata ali mesmo, naquela vila termal.
    Mas o nosso ladino Vendedor, homem de múltiplos conhecimentos, alertou-nos para a existência de um espaço, dentro do Mercado do Luso, que conseguiria juntar duas vantagens: um belo serviço para fornecimento de natas melhores do que no local habitual.
    E eis três velocípedes a entrar pelo Mercado dentro, com o Vendedor a assumir o estatuto de Prof. Marcelo, já que eram muito escassas as pessoas que ele não conhecia!
    O serviço era realmente muito bom, mas não pudemos averiguar da qualidade das natas, pura e simplesmente porque não havia. Na vitrina, apenas quatro pastéis. Como apenas um não era de massa folhada, coisa que dispenso muito bem nas minhas degustações, reservei logo o outro. Não sabia o nome. A menina disse que era um “éclair”, mas aberto ao meio, no sentido longitudinal, deixando ver uma reluzente quantidade de chantilly e alguns fios de ovos. Acrescentou que aquele pastel também era conhecido por outro nome, mas que não o podia dizer! Todos partilhámos um sorriso, mais ou menos maroto, pois imaginámos que não sairia coisa boa dali…
    Já na mesa da esplanada, a menina, com um olhar cúmplice, mas também malandreco, segredou-nos o nome do pastel, segundo a classificação dada pela própria dona da pastelaria. O nome é demasiado brejeiro e impróprio para ser divulgado publicamente. Fica ao sabor da vossa imaginação…
    Mas foi confirmado pelo enésimo conhecido do Vendedor, entretanto saído do talho onde preparava as carnes para hoje.
    Voltámos pela Pampilhosa, onde decidimos escoltar o nosso Prof. Marcelo a casa. Conhecemos caminhos novos, descobrimos que a Vimieira não inclui apenas as ruínas da Villa romana designada por Cidade das Areias, mas também uma boa rampa para quem gosta de subidas!
    Depois de um brinde em casa do Vendedor e de uns bons minutos de conversa, reparámos que era hora de voltar para casa. E ainda bem, porque este texto ficaria com uma dimensão intragável!

     
  • nunorosmaninho 18:00 on 23/04/2023 Permalink | Responder  

    A Austrália não existe – Portomar, 23 de Abril de 2023 

                Chuviscou em Ílhavo às oito e meia da manhã. Em Vagos, estava sol. Em Calvão, o céu nublou.  Em Portomar, o semhor João trouxe-nos cafés e duvidou que escapássemos da chuva. Escapámos. A água nunca se desprendeu das nuvens.

                Não falo dos feitos atléticos porque eles se afastaram da nossa prática e da nossa própria cogitação. Seguimos pacientemente, nada nos empolga , excepto  as delicadas questões do nosso tempo, como a suposta presença do Homem na Lua. Para o Físico, tudo é ciência, e a problemática da bandeira um desvario. O Vendedor lembrou os argumentos dos cépticos. Eu disse que o Espírito Santo e a Santíssima Trindade são muito mais inverosímeis e há milhões de crentes nesses divinos mistérios. O Periglicófilo também lançou as suas observações. E, já a erguer-nos para retomar as bicicletas, joguei uma última cartada:

                – Duvido que a Austrália exista.

                Infelizmente, este assunto já não pôde ser discutido.

                Entre o Poço da Cruz e a rotunda grande da estrada nacional 109, produzimos frases sobre a política, os partidos e a democracia e entusiasmo acerca de comida e restaurantes. Percebi, enfim, o que significava a fotografia enviada pelo Físico há uma semana. As rodas de bicicleta pregadas ao tecto eram a memória de uma oficina em Setúbal, onde agora se serve uma apreciada cataplana de cherne.

     
  • nunorosmaninho 11:19 on 17/04/2023 Permalink | Responder  

    Velocípede a motor – Praia de Mira, 16 de Abril de 2023 

    Quando cheguei a Portomar, já o Vendedor se encontrava na primeira mesa da esplanada:

                – Cheguei há uma hora. Vim atrás deste amigo. Foi sempre a andar! É o Vasco. Pus-me atrás dele para vir mais depressa. Acompanhá-lo, isso eu era capaz. Agora, passar para a frente… Para o compensar, convidei-o para tomar café.

                Eu tinha com o Vasco uma curiosa simetria. Ele é de Ílhavo e vive em Anadia. Eu sou de Anadia e vivo em Ílhavo. Fomos os três à Praia de Mira. O Vasco fez por acelerar. Nós permanecemos lentos e, perante o mar, fizemos menção de parar mais alguns minutos. O Vasco prosseguiu em marcha apressada. O Vendedor e eu ficámos a aproveitar a Primavera imaculada.

    Decidimos regressar pelas velhas ruas da praia e foi aqui que encontrámos a prima Zezinha e o Tomané a podar a sebe da casa de férias. Estivemos bem meia hora a conversar. O tema correu para o restauro de motorizadas, na qual o Vendedor e o Tomané são mestres. O Vendedor contou como obteve em Ovar um velho velocípede com o motor sobre a roda dianteira e como a trocou por uma bicicleta quando percebeu, à sua própria custa, que não subia ladeiras mínimas, que o travão não obedecia e que, para parar, tinha de se chegar ao motor e accionar uma alavanca que o desprendia da roda. Foi pena, porque era dos anos sessenta e tinha um valor histórico. Seguimos até ao Poço da Cruz e, como é costume, despedimo-nos na rotunda grande da estrada nacional 109.

     
  • nunorosmaninho 11:17 on 17/04/2023 Permalink | Responder  

    Semana da Páscoa 

    No domingo de Páscoa, os ciclistas destas viagens ficaram em casa. Na semana antecedente, porém, o Periglicófilo, que é professor na vida civil, foi de bicicleta para a escola, em Águeda. Também subiu o Buçaco, embrenhou-se pelos sítios da Guerra Peninsular e chegou à Cruz Alta, onde tomou uma fotografia de parte da região que vai de Coimbra a Aveiro, com o mar ao fundo.

     
  • nunorosmaninho 15:55 on 12/04/2023 Permalink | Responder  

    Bilhete de Bucareste 

                Há poucos ciclistas nas ruas largas de Galati, abertas depois da destruição da II Guerra Mundial. São resignados a pedalar. Nos jardins, a bicicleta é repouso para os velhos, que conversam nos bancos, ao sol, e aventura para as crianças, que disputam a velocidade e a descida de dois degraus nos caminhos por onde também se passeia.

                Não vi ciclistas no bairro pobre de Bucareste, nem nas vastas avenidas paralelas aos quilómetros de muro que enclausuram os palácios de Nicolae Ceausescu. Apenas formam uma torrente nas ciclovias dos bairros nobres, onde coincidem as pessoas, os belos cafés e os prédios ricos. São jovens, rápidos, despreocupados, colhendo com estrépito o fim de tarde primaveril.

                Na zona requintada de Brasov, tão tranquila no último sábado de Março, os ciclistas parecem despreocupados. A esplanada de um restaurante encontra-se delimitada por uma cerca de bicicletas pintadas de branco. Isso não me parece bonito, nem bucólico. Sinto-lhes a tristeza de um paralítico.

     
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