Updates from Janeiro, 2016 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • topedrosa 22:16 on 29/01/2016 Permalink | Responder  

    550 m, 18:00 e 7,1º – Cruz Alta, 29 de Janeiro de 2016 

    Sexta-feira, dia de Pista Aberta no Velódromo de Sangalhos. Com o campeonato nacional de pista previsto para o fim de semana, 30 e 31 de Janeiro, não pareceu boa ideia medir forças com esses atletas. Acabei por ir desafiar a Cruz Alta. Foi uma subida feita nas calmas, com os músculos esquecidos durante um mês a voltarem a funcionar aos poucos. Houve corte de árvores do Luso para Sula e a vista ficou diferente, mais abrangente, mas sem sombra para os dias de calor do Verão. A temperatura no alto dos 550 metros estava nos 7,1º às 18:00.

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  • nunorosmaninho 16:21 on 28/01/2016 Permalink | Responder  

    Aníbal Carreto antes de um filme dos anos vinte 

    – E o Aníbal Carreto? Que tem feito ele?

    – Aqui em Coimbra ele é conhecido por «Aníbal do Sport». Como sabe, deixou de competir. Em Fevereiro, o director deste clube informou que ele seria o «orientador da equipa».

    – Treinador… Tal como em 1930.

    – Exacto – disse J. Branquinho de Carvalho. – O director garantiu-nos textualmente o seguinte: «Aníbal Carreto será ainda na próxima temporada o orientador da equipa. Está bem entregue essa secção. O saber de Carreto há-de vencer, aliado à energia dos seus discípulos.»

    – O Carreto é uma referência do ciclismo conimbricense.

    – Sim, sem dúvida. O seu nome não é esquecido.

    Estávamos nesta conversa amena e frutuosa quando ouvi o toque do meu

    telemóvel. Era uma mensagem do Informático Ferroviário e dizia o seguinte: «Bom dia, Escrivão. Vi este vídeo sobre ciclismo nos anos vinte e achei que podia interessar-te.» Para não atrapalhar a ordem dos tempos, pedi licença e fui à rua inteirar-me do que ele continha. Não foi a melhor ideia porque a luz fazia espelhar o ecrã. Procurei uma sombra na esquina do café, empurrado para a parede pelo movimento de pessoas que ia e vinha do mercado.

    Cliquei na ligação sublinhada e fui parar a um mundo perdido, silencioso, fantasmagórico. Os ciclistas, talvez uma vintena, parecem operários, com óculos nos capacetes e câmaras-de-ar a tiracolo. Progridem penosamente pelo campo, sobre estradas de terra, e entram numa nuvem. A poeira, se é poeira, oculta as bicicletas, os corpos, mas pode ser apenas a fita degradada. Vem-me à memória Joaquim Rosmaninho a vomitar o almoço na Volta a Portugal de 1933 por causa do pó levantado pelos automóveis.

    Chegam a uma aldeia com pequenos grupos encostados às casas. Os ciclistas passam um a um. A subida é difícil. À direita, emerge uma galinha, à qual ninguém atribui importância. O bicho fica por ali, com uma indiferença estudada e impertinente. Surge um pobre ciclista cansado. Aí, sim, a galinha mexe-se, vai devagar ao meio da estrada fingindo ser por acaso. Quando as rodas estão a chegar, sacode as asas e termina a travessia.

    Outra vez nos campos, vejo três mulheres quietas como estátuas. Uma saia rodada estremece, agita-se por cada ciclista que passa. O que leva o carro de apoio? Rodas de bicicleta? Será que vi bem? Termina tudo, em termos cinematográficos, numa avenida plana, frondosa, que podia ser a meta, os automóveis à retaguarda como uma guarda de honra.

     
    • topedrosa 18:43 on 28/01/2016 Permalink | Responder

      Olhando para este vídeo fiquei a pensar nas nossas queixas quando passamos em estradas com o piso em mau estado. Pobres ciclistas mimados … Isso para não usar outra expressão para a qual teria que primeiro pedir autorização ao nosso Lenhador. Direitos de autor 😉

  • nunorosmaninho 11:45 on 25/01/2016 Permalink | Responder  

    A inspiração do carrossel – Cantanhede e Pena, 24 de Janeiro de 2015 

    Afinal, a bicicleta nova do Rúben é amarela. Ele continua a crescer. O Paulinho constipou-se. O Lenhador esteve numa mesa de voto e o Físico noutra. Duvido que queiram o mesmo Presidente da República. O Informático Motard encetou o ano ciclístico. O Informático Ferroviário juntou a volta de hoje à que ontem fez a Cantanhede. O Periglicófilo maldiz a chuva que o tem deixado inactivo. Ontem à tarde, o Escrivão não pôde acompanhar o Jorge numa volta serrana mas redimiu-se quando, saído de breve sono, se apresentou na mui nobre aldeia da Mata às nove da manhã.

    Sol, dezasseis graus e vento inclemente de Cantanhede para a Pena. Na placidez da esplanada, surgiram ideias para este ano, fáceis e difíceis, possíveis e impossíveis, e houve registos para um vídeo ainda sem título. O videasta diz que pode juntar o Natal à Páscoa e mostrar o que é correntio. Talvez se inspire nos carrosséis. É certo que não estão a perceber. A culpa não é vossa.

     

     
  • nunorosmaninho 14:24 on 23/01/2016 Permalink | Responder  

    Pureza desportiva em tempo de crise 

    – Nem toda a gente se opõe ao profissionalismo – diz Branquinho de Carvalho, retomando, por culpa minha, o tema por onde começáramos. – Em meados de Fevereiro, Natividade Rodrigues publicou na Voz Desportiva um artigo contra aquilo que ele chamou a «castidade desportiva». É uma expressão feliz. Lembrou ele, com bom senso, que «hoje em dia, ninguém trabalha de graça».

    – Talvez haja irrealismo nos defensores mais extremados do amadorismo – atrevi-me a sugerir. – No século XIX, quando a prática dos novos desportos se restringia às classes mais altas, ainda se entendia. Mas agora… Raparigas a disputar corridas em quadriciclos pode ser engraçado. Não tem é a dimensão competitiva que as pessoas querem ver.

    – Nos tempos que correm, é difícil aceitar que o desporto se promove sem dinheiro. Veja o que se está a passar no ciclismo.

    – Sim?

    – No princípio do ano, a delegação do Porto da União Velocipédica Portuguesa demitiu-se alegando a impossibilidade de dedicar a mesma atenção dos últimos anos. Em finais de Abril continuava por substituir.

    – E então?

    – Quer que lhe seja franco? Há um mês inserimos um artigo intitulado «A crise do ciclismo». Os problemas existem, são graves e tocam todo o país. «A crise económica que o mundo vem sofrendo, reflectir-se-á ainda mais no ciclismo que nos outros ramos desportivos, porque a sua feição de desporto à margem de lucros, incapaz, no nosso meio, de produzir receita, opõe-se à organização de provas que pudessem, pelo menos, manter o fogo sagrado pelo ciclismo, à espera que melhores dias venham dar-lhe um novo impulso.»

    – A época de 1931 não se antevê risonha.

    – Prevejo a redução do número de provas, do valor dos prémios e, talvez, das condições de treino dos ciclistas.

    – Já houve corridas em Coimbra?

    – Em Abril, realizou-se uma em Cernache, sem a presença de Manuel Prior e Joaquim Rosmaninho.

    – Como estão eles a resistir à crise?

    – O Prior tem treinado e é bem capaz de se apresentar na prova que vai verdadeiramente inaugurar a época no dia 5 de Julho. Já do Rosmaninho, não tenho tido notícias.

    N130_0020_branca_t0 Ilustração 16 Maio 1931 - Cópia

     
  • nunorosmaninho 13:48 on 22/01/2016 Permalink | Responder  

    O amador virtuoso 

    Branquinho de Carvalho 3ª

    Branquinho de Carvalho respondeu-me.

    – No desporto, mantém-se a utopia do amadorismo. O caso de um atleta francês que exigiu pagamento e ajudas de custo para se apresentar na Alemanha foi muito debatido. O amadorismo resiste como uma ideia pura, apesar de os factos o irem degradando. Protesta-se mais contra o disfarce dos amadores que ganham dinheiro do que da hipocrisia colectiva que quer bons atletas sem se importar com os custos da preparação.

    – E o que há mais digno de nota no desporto?

    – Malcolm Campbell bateu o record mundial de velocidade fazendo percorrer o seu automóvel uma milha à média de 395 quilómetros por hora.

    – O interesse pelo desporto vai aumentando sempre…

    – Sim, mas falta-lhe reconhecimento intelectual. O jornal Os Sports criou um «concurso de novelas desportivas». Esse novo género, praticado no francês L’Auto com a colaboração de literatos e académicos, dificilmente se enraizará entre nós. Diz-se, aliás, que um escritor ilustre, numa das suas crónicas, pôs o basquetebol entre os desportos aquáticos…

    – Seja como for, não há dúvida que o desporto se tornou uma força social.

    – Não há quem não fique admirado com o progresso que o desporto alcançou neste século. É uma espécie de instinto colectivo que venceu as convenções e até sugestões médicas. É uma força de movimento que se propagou à própria literatura, instável e agitada.

    – E o ciclismo, como tem acompanhado essa tendência? Algumas pessoas dizem que os atletas profissionais são os «escravos modernos».

     
  • nunorosmaninho 10:48 on 21/01/2016 Permalink | Responder  

    Entra Belisário Pimenta 

    Parecia inevitável que o Anastácio me conduzisse ao Café Santa Cruz. José Branquinho de Carvalho trabalhava nas traseiras do velho convento, uma vez que a biblioteca municipal ocupava, tanto quanto sei, um dos claustros. E Belisário Pimenta, embora ocupado num tribunal militar em Viseu, continuava a ter casa em Coimbra, a cuja biblioteca universitária haveria de doar o seu acervo literário, incluindo um extenso diário. A dúvida que esperava ver esclarecida era a seguinte: o que podemos esperar de 1931?

    Belisário Pimenta olhou-me com precaução. Estudava-me, como fazia a todas as pessoas que encontrava pela primeira vez, e, como sempre que indagava alguém, duvidava. Desconfiava de monárquicos e clericais, e tendia a manter-se fiel aos valores republicanos. O ambiente político estava tenso. A Ditadura Militar respondia às revoltas com dureza. Ter uma opinião começava a comportar alguns riscos.

    – O mês de Abril foi inquietante – disse ele. – Aí pelo dia 13, ia uma «grande barafunda por causa da revolta da Madeira. Boatos, temores, confidências, o diabo.» No dia 15, tomei conhecimento pelos jornais da queda da monarquia em Espanha. E a 20, aqui na universidade, «os rapazes correram à batata o dr. Fezas Vital; e a coisa foi a tal ponto que o reitor teve que chamar o comandante da polícia para o proteger à saída da aula e da própria Universidade. E depois de os rapazes saírem em manifestação, o reitor requisitou forças policiais.» O país está em alvoroço. «Revoltas, prevenções, concentrações, o demónio!»

    – A situação melhorou daí para cá?

    – De modo algum! Ainda hoje, 26 de Maio, o dr. Vergílio Correia, professor de história da arte da Faculdade de Letras, me «contou que passeando no Rossio, em Lisboa, no domingo, à hora a que a manifestação dos estudantes estava no seu auge, viu estes dois casos curiosos: a) os rapazes juntarem quantos jornais espanhóis havia pelas portas das tabacarias e quiosques e queimarem-nos no meio de alarido e alegria – evocando os velhos autos-de-fé; b) agredirem um cidadão qualquer que lia um jornal espanhol e que o não quis largar para a fogueira; o qual cidadão era um espanhol que se indignou com a violência e que ameaçou queixar-se à embaixada do seu país. Entusiasmos juvenis de patriotas que a polícia fingiu não ver.»

    – Desculpe-me a ignorância: qual manifestação de estudantes?

    – Não leu os jornais de ontem? Os ditadores promoveram manifestações em Lisboa.

    – Os ditadores?

    – Vamos lá ver… As insurreições militares provam que a ditadura não está firme e pode cair a qualquer momento. Por causa disso, o governo e a União Nacional orquestraram manifestações de apoio a Carmona e Salazar. «De tudo, o que notei como digno de nota foi a colaboração dos estudantes das três universidades que se intitulam nacionalistas – eufemismo de integralistas. Segundo os relatos, os rapazes esforçaram-se por dar vivas à ditadura e morras à Maçonaria, aos traidores de Paris e ainda à união ibérica; e no seu entusiasmo foram fazer uma manifestação à polícia da “informação” e à embaixada ou legação italiana vitoriando o fascismo; e para fecharem com chave de oiro foram destruir a redacção e parte da tipografia do jornal A República, único jornal republicano que actualmente se publica.»

    – E quanto ao desporto? Espero que vá melhor do que a política.

    Belisário Pimenta 1939 JPEG

     
  • nunorosmaninho 10:54 on 20/01/2016 Permalink | Responder  

    Fazer a avenida 

    Nessa época, chegava-se a Coimbra pela primeira vez e, numa manhã, ficava toda calcorreada. Assim fez, com sua leve decepção, Adolfo Rocha antes de ser Miguel Torga. A Baixa tinha as melhores lojas e muita gente para apreciar. A imprensa humorística, se não me engano o Sempre Fixe, troçava da ideia de fazer a avenida, mas isso praticou-se com agrado até ao início da década de 1990. Não, não foi no Sempre Fixe. Agora me lembro. Dentro de um dos livros de Manuel Ferreira da Portela, encontrei a fotocópia de uma poesia sardónica criticando o francesismo linguístico que proliferou depois da abertura da Avenida da Liberdade em Lisboa.

    Não foi para chegar aqui que comecei esta nota, mas, já agora, vai. O poema foi escrito por Eugénio de Albuquerque Sanches da Gama e publicado pela neta no volume Nós Todos e Outros Versos. Nem sei se devo dar mais pormenores. Seja! «Nós todos» porque Sanches da Gama, que fundou a revista literária Boémia Nova com António Nobre, escreveu em 1892 uma paródia ao com o contrapontístico título Nós Todos. O poema «Fazer a Avenida» é como segue:

     

    O janota de Lisboa

    Ñ’Avenida não passeia;

    Agora tem outra ideia,

    «Faz Avenida» –… esta é boa!…

     

    Hei-de ver se me costumo

    Sem me enganar no compasso:

    Em vez de «passeio» – faço –…

    E vou tomar esse rumo…

     

    Quando eu quiser visitar

    Algum janota daqueles,

    Muito à pressa… toca’andar…

    Vou «fazer a casa deles»!…

     

    Na Primavera de 1931, impressionava o ruído da multidão que passava em frente do Café Santa Cruz. Muitos homens franqueavam o moderno estabelecimento e por isso faltavam mesas vagas. Numa das mais cobiçadas, logo à entrada, estavam dois homens: um de trinta anos, bigode bem aparado e o farto cabelo puxado para trás, e o outro de cinquenta, olhar inquiridor, sereno, talvez retraído. Foi para lá que fomos porque, como tantas vezes li nas histórias de infância, não eram senão José Branquinho de Carvalho e Belisário Pimenta.

     
  • nunorosmaninho 10:20 on 19/01/2016 Permalink | Responder  

    Conhecem Belisário Pimenta? 

    Chegou o momento de procurar o Anastácio para voltar aos tempos de Prior e Rosmaninho. Estava no Café Anadia. O leitor que agora lá entra não creia que é o mesmo de há oitenta anos. Em 1931, vivia numa semi-obscuridade, poupado na electricidade e sem que as madeiras reflectissem a luz.

    – Alto aí, senhor Escrivão. Não vê os leitores impacientes? Entrou no café. E então? Vamos mas é às corridas!

    – Para quem andou a transcrever receitas para limpar chapéus de palha, estás muito apressado.

    Anastácio fixou-me o olhar à espera de compreensão e eu, concordando com ele, respondi:

    – Muito bem. Vamos às corridas! Qual é o destino?

    – Tive uma ideia que talvez lhe agrade.

    – E aos leitores?

    – Isso já não sei. Vejo-o tão interessado no ar do tempo que me lembrei de organizar uma conversa preparatória em Coimbra.

    – Com quem?

    – O nosso jornalista, bibliotecário e desportista José Branquinho de Carvalho e o coronel Belisário Pimenta. Conhece Belisário Pimenta?

     
  • nunorosmaninho 10:59 on 18/01/2016 Permalink | Responder  

    Fraquezas de Inverno – Oliveira do Bairro e Vale do Grou, 17 de Janeiro de 2016 

    Como sabem, o Rúben tem bicicleta nova, equipa para se preparar e estágios ao fim-de-semana. Isso explica por que motivo os quatro ciclistas fizeram um percurso inabitual. Entre a ameaça de chuva e desistências várias que são da natureza do dia-a-dia, o Periglicófilo reuniu as tropas e atestou os pneus, o Físico declarou que precisava de andar muito para compensar o pouco do último mês e o Paulinho explicou que devia dirigir-se a Aveiro de modo a estar lá ao fim da manhã. É aqui que entra o Rúben. Vindo da Maia com os colegas em marcha acelerada, em vez de tomar o comboio para casa, haveria de juntar-se ao Paulinho para cumprir o trajecto até Sepins.

    Sendo assim, e porque as forças são as de Inverno, deambularam a uma velocidade ridícula até Oliveira do Bairro, que fica logo ali. Mesmo assim, sentiram-se merecedores de uma paragem para o café. As natas dividiram as opiniões. O Paulinho exaltou David Bowie. Este vosso criado pendeu o afecto para Amy Winehouse, que os ouvidos do Periglicófilo repudiam. E não havendo mais legitimidade para prolongar a inacção, voltaram ao frio da rua e ao prenúncio de chuva, encaminharam-se até à estrada que segue de Oiã para Águeda, subiram aquilo que tinham de subir, desceram o que havia para descer e, sem darem conta, estavam parados em Vale do Grou à espera que os semáforos mudassem de cor. Depois, foi só continuar até à Malaposta, comprar o jornal e verificar como se pode usar uma manhã para andar apenas quarenta quilómetros.         E o Paulinho? Só posso dizer que tomou a rota de Aveiro. Quanto ao modo como lhe correu a viagem, ele o dirá.

     
  • nunorosmaninho 19:26 on 17/01/2016 Permalink | Responder  

    Sem vento nem pressa – Portomar, 16 de Janeiro de 2016 

    Veio o Natal, o Ano Novo, a chuva, a primeira quinzena de Janeiro: e os ciclistas parados à espera de bom tempo. Brilha o sol: aí estão eles na estrada, queixando-se do peso, das leves subidas e até da falta de ar. A título preparatório, constituiu-se para a tarde deste sábado uma equipa ad hoc formada pelo Paulinho, parado há três semanas, pelo Romeu, que também fez o seu prolongado descanso, pelo Jorge, que vai arranjar o joelho e daqui a seis meses está a subir a serra da Estrela melhor que antes, e por este Associado, a quem o Anastácio insiste em chamar «senhor Escrivão».

    A esplanada do Camelo estava aprazível às duas e meia, obrigando os severos atletas a tirar as casaquinhas cingidas. Não havia vento. E nas ondulações de São Lourenço do Bairro para a Pedralva também não havia pressa. Na outra ponta do percurso, no terreiro da pastelaria de Portomar, não havia gente. Regressaram sem queixa de vento e sofreram com resignação a ladeira de Sepins. E quando a claridade ia morrendo para lá das cinco, o Jorge ainda foi à Curia para poder realizar sozinho, nos três quilómetros finais, a velocidade que os colegas não lhe permitiram nos sessenta anteriores.

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