Termina a corrida e o almoço
Anastácio bem reparava na pressa de certos comensais e por ela imaginava a impaciência dos leitores. Quis ser exacto. E foi.
– Ali por Óbidos alguns ciclistas, entre os quais Manuel Prior, começaram a atrasar-se. Em Alfeizerão, só resistiam quatro na frente da corrida: Carvalho, J. Francisco, Quirino e Carlos Simões. Agora, havia tudo menos ronha. Os dezoito quilómetros da subida foram percorridos a 40/45 quilómetros por hora. Mesmo assim, António Augusto de Carvalho, do Belenenses, não deu tréguas e foi dando esticões até se isolar. Passou sozinho em Leiria e prosseguiu a um ritmo «formidável» até Coimbra, onde ganhou com grande mérito no tempo de nove horas e quinze minutos. João Francisco, também do Belenenses, fez 9h24m09s. O terceiro foi Quirino de Oliveira, do Campo de Ourique, com 9h32m50s.
– Então e o Joaquim Rosmaninho? – Creio que foi o Primeiro Informático que fez a pergunta.
– Em Pombal, Manuel Prior já tinha desistido e Joaquim Rosmaninho levava dez minutos e trinta segundos de atraso. Ouvi dizer ao jornalista de A Voz Desportiva que «os três que desistiram (Prior, Rosmaninho e Carlos Simões) são elementos para fazer sem dificuldade de maior o Lisboa-Coimbra. A sua preparação tinha sido cuidada mas a disputa da corrida veio apanhá-los em dia de má disposição. Para a outra vez será…»
– Cá para mim – comentou o Físico –, Joaquim Rosmaninho dedicou o Verão às vitórias na Curia e em Anadia.
– Tem o senhor toda a razão – reforçou o Maneco. – Só não entendo por que é que o Joaquim não está aqui connosco. Olhem que gostei muito de ouvir o Anastácio. Mas porque não escutámos também o Joaquim?
A isto, ninguém soube responder.
– O senhor Maneco tem de dizer à dona Águeda que a chanfana e a aletria estavam um primor. Ainda que viva até ao século XXI, não me esquecerei.
Quem isto garantia era o Lenhador, muito sério, muito convincente.
- Homem! Diga-lhe isso. Ó Águeda!
E ela veio, com bom sorriso, receber os elogios.
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