Updates from Fevereiro, 2023 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • nunorosmaninho 15:25 on 27/02/2023 Permalink | Responder  

    O ciclista inglês e o pastor alemão – Praia de Mira, 25 de Fevereiro de 2023 

                Assim que chego a Portomar, tento enxergar os amigos, que vêm em sentido contrário. Mais depressa ouço o grito do Vendedor, seguido de uma indicação:

    – Cuidado com o carro!

    Hoje, foi:

    – Podes virar!

    Estávamos na estrada de mil metros que une Mira a Portomar. Levantámos o braço esquerdo para marcar a mudança de direcção e curvámos com perícia até quase tocar no passeio do Café Arcada, que é o nosso poiso habitual.

    – Então o Periglicófilo e o Peninha?

    – Passou um gajo por nós. Deixámo-lo ir. Mas depois fui atrás dele. Quando me pressentiu, começou a olhar para trás. Falei com ele. Era inglês. Mora em Figueira de Boialvo. Chama-se Peter. Viemos um bocado juntos. Ainda lhe perguntei se queria vir tomar café. Ele disse: «Não, não. Praia!» E seguiu.

    Depois de bebericarmos um café e comermos un pastel de nata ou de feijão, conforme a preferência,, também nos encaminhámos para a Praia de Mira. O Vendedor contou-me episódios relacionados com o conserto de motores. Num deles, cómico, o mecânico, cioso da sua probidade, pôs as peças velhas num saco e devolveu-lhas. Qual o problema? As peças não pertenciam ao motor reparado. Eu dei, em troca, a história recente do meu automóvel.

    – Olha! Lá vai ele! – E bradou um cumprimento. – É o Peter!

     Há sempre muitos ciclistas a passear na marginal. Vêm de longe, por vezes em competição acesa, e aqui descansam ante o areal, onde se aquieta, ao sol, um barco da arte xávega. Pareceu-nos um local excelente para tirar a fotografia. O Periglicófilo preparou o telemóvel. O Peninha deixou-se ficar na bicicleta. Uma mulher concluíra a caminhada e procedia aos alongamentos, estendendo uma perna na guarda do passeio. O Periglicófilo demorou os preparativos e acabou por deixar o barco fora da imagem. Vendo a nossa algazarra, a mulher prestou-se a fotografar-nos. Dávamos de nós a melhor aparência quando surgiu o Jorge Baptista, companheiro de muitas horas de ginásio e de memoráveis viagens de bicicleta. Ficou na fotografia.

    Demorámos a conversar um quarto de hora. Vieram outros amigos do Jorge. Depois, chegou o Caló, que não via há muitos anos. Continuavam a passar ciclistas e pessoas a gozar, a pé, a manhã de domingo. Havia uma leveza festiva e descuidada. O Vendedor olhou para a sua esquerda.

    – Olha ali um pastor-alemão.

    Virámos a cabeça para observar o poderoso animal que se aproximava. O homem que o conduzia pela trela sorriu com as palavras do Vendedor e com as nossas gargalhadas. Era um cão de palmo e meio, mais baixo do que um coelho, tão vivaz como uma lebre.

     
  • nunorosmaninho 17:47 on 20/02/2023 Permalink | Responder  

    Sem cara de mau – Praia de Mira, 19 de Fevereiro de 2023 

                Quando o Informático Ferroviário declarou que não estaria na volta de hoje por causa da «aula de aviação», há uma semana, no restaurante Lanxeirão, ainda não sabia que a sua madrugada seria a trabalhar na estação de Campanhã. Eu desconhecia a natureza e as circunstâncias dessa aula, que me deixou intrigado. Foi o Vendedor que mas explicou. O Informático Ferroviário, bem avisado do piso escorregadio do restaurante, não pôde evitar a fuga dos pés para a frente e a queda do tronco para trás. Procedeu deste modo no maior segredo, longe do nosso olhar, e, com admirável reserva, cumpriu, sem queixa, os cinquenta quilómetros de regresso a Santa Comba Dão.

    O Vendedor esclareceu esta ocorrência nas duas horas em que, mais do que pedalar, conversámos. O Entrudo dispersou os ciclistas. Ficámos nós. Deliberámos seguir de Portomar para Mira e Carromeu, e inflectir para o litoral. Demo-nos à preguiça de verificar a entrada da empresa de piscicultura só para que eu soubesse onde ficava e como era. Ouvia-se distintamente o mar, que vimos, por instantes, na praia de Mira.

    Para que não me acusem de ser repetitivo, reconstituo um diálogo invulgar travado na esplanada de Portomar. Estávamos sentados há poucos minutos quando chegou, acompanhado por um amigo, aquele grandioso ciclista que, prejudicado na saúde e no trabalho por uma prótese na perna, anda mais de quatro mil quilómetros de bicicleta por ano. Falador e extrovertido, cumprimentou-nos com efusão e, à distância de duas mesas, perguntou:

    – Então os amigos?!

    Respondemos mais ou menos assim:

    – Foram jogar o Carnaval.

    Retorquiu com prontidão:

    – Eu também. Para ser pirata, só me falta o olho de vidro.

    Fiquei encantado com a sua vivacidade:

    –  E um papagaio.

    Também lhe falta, abençoado seja, a cara de mau.

     
  • nunorosmaninho 09:43 on 16/02/2023 Permalink | Responder  

    O fim da bela fábrica – Santa Comba Dão e Viseu, 11 de Fevereiro de 2023 

                Juntaram-se oito ciclistas num sábado de manhã e foram a Santa Comba Dão. Meteram as bicicletas na grande carrinha do Peninha, meteram-se a eles próprios em mais dois carros e chegaram ao cais ferroviário, vizinho da casa de Salazar, ainda não eram dez horas. O Hermínio veio de Santa Luzia e eu, conduzido pelo Periglicófilo, da Vista Alegre. O Informático Motard ficou em casa.

                Na linha da Beira Alta, encerrada para obras, não se ouvem os comboios. Os andaimes circundam o edifício da estação. O caminho pelo qual devíamos seguir é um estaleiro. O segurança, cortês, explicou, depois de telefonar ao senhor engenheiro, que não podíamos passar por ali. Ora, a ciclovia pode ser classificada como uma estradinha sem saída, de acesso improvisado. Chegámos lá aos rodeios, por caminhos de terra batida, mais extensos e notavelmente íngremes. O Periglicófilo até me disse:

                – Ainda não começámos e já tens muito que contar.

    Foi preciso abrir o GPS, descer uma estrada a pique, sujar as botas no chão sem erva e conduzir a bicicleta pela mão.

                A viagem distinguiu-se pela minha dificuldade em discernir o caminho. As sombras reduziram-me o alcance visual e obrigaram os amigos a gritar cada obstáculo, sobretudo as barreiras, pintadas de amarelo e vermelho, que impedem a passagem de automóveis. O maior trabalho coube ao Periglicófilo, que, na dianteira, foi sinalizando os principais embaraços. O Peninha também se afadigou.

                O furo lento do passado domingo obteve plena confirmação. O Vendedor passou por minha casa dois dias depois e levou a bicicleta, que o Rúben fez o favor de consertar e limpar.

                As mimosas ainda mal floriram. É pena que a sua beleza seja destrutiva para as outras árvores e arbustos. O Inverno chuvoso arrastou línguas de terra para o asfalto e fixou lá muitas folhas secas. A fábrica, que há dez anos víamos declinar, ruiu. O seu proprietário encostou-a à linha férrea e, para estar à altura do progresso, desenhou-lhe colunas de uma formosura grega. Morreu o proprietário, desapareceram os comboios, caiu o imóvel que devia ter sobrevivido como património. O Periglicófilo tirou uma fotografia da desgraça, de onde emerge, inutilmente, o arranque de uma coluna.

    Tomámos café a meio do percurso, num pequeno estabelecimento com vista para a paisagem campestre. A tranquilidade do sítio só se quebra com as vozes dos ciclistas e os grasnidos da arara que dá nome à casa. Daqui se marcou o almoço no Lancheirão, em Viseu, que nos abriu um portão lateral para guardar as bicicletas.

                O restaurante estava cheio. Fizemos uma figura cómica pousando os sapatos de encaixe com um cuidado excessivo para não escorregar. Nos últimos dois anos, ocorreram quedas aparatosas. Ficámos no piso superior, deglutindo com afeição o arroz de pato, a feijoada, a picanha e outras iguarias. Aqui se fez a única fptografia de grupo. Por um descuido lamentável, ninguém se lembrou de registar a nossa figura num dos magníficos sítios por onde passámos.

                O pelotão andou muitas vezes desconjuntado: o Vendedor, o Jorge Cruz e o Hermínio tendencialmente na frente; o Informático Ferroviário, o Físico e o Peninha em todo o lado; o Periglicófilo e eu sobretudo na retaguarda. Noutros anos, isso resultava, com frequência, das grandes velocidades. Hoje, decorreu do acaso. Nunca cem quilómetros se cumpriram com tanta naturalidade. Mesmo os últimos cinco, no regresso a Santa Comba, que costumam ser difíceis por causa da pressa, nos foram simples. Andávamos à procura de uma via alternativa para chegar à estação, uma via que não fosse a pique e de terra. Encontrámo-la à esquerda, após consulta do GPS. Isso impolicou um quilómetro de ladeira, contra a qual reclamámos com bonomia, e uma descida suave, que passou pela casinha de Salazar, até à estação ferroviária.

                Quem por aqui passasse, nesse fim de tarde, veria oito homens ruidosos, apertados nas licras do ciclismo, a trocar os sapatos, a arrumar as bicicletas, a comentar os factos do dia, a meterem-se uns com os outros e a deliberarem tomar um café em Santa Comba Dão. Assim fizemos.

    Chegámos a Anadia já a noite se fechara.

     
  • nunorosmaninho 17:03 on 08/02/2023 Permalink | Responder  

    João Rebelo, campeão nacional 

                Em Maio de 1947, disputou-se em Lisboa a corrida de independentes, na distância de 208 quilómetros, que consagrou João Rebelo, do Benfica, como campeão nacional, apesar de ter furado em Alenquer. Eu digo 208 quilómetros porque essa era a distância oficial. Os automóveis de apoio, cada um com seu hodómetro, contaram 214, 210, 205 e 200 quilómetros. Os ciclistas foram velozes, mesmo com o vento frontal, que lhes dificultou o trajecto até às Caldas da Rainha, e com a respeitável subida entre o Gradil e Mafra. A revista Stadium escreveu que «a luta foi na verdade emotiva, plena de vigor, de esforço. de beleza atlética». Durou 6 horas, 10 minutos e 6 segundos. Guilherme Jacinto esteve em fuga durante muito tempo, e desistiu quando foi alcançado. A bicicleta de José Martins quebrou em Torres Vedras. Dias Santos e Império dos Santos estiveram na frente e foram apanhados em Mafra. O cronista, informa que Cardoso derrapou «na areia da estrada, caiu e desistiu». Império ombreou com João Rebelo até cinquenta metros da meta, mas perdeu na disputa final. Manuel Mota, o autor da notícia, enaltece o brilhantismo da vitória. Basta lembrar que ele recolou ao pelotão, após o furo, enfrentando sozinho o vento que lhe soprava de frente.

     
  • nunorosmaninho 19:33 on 07/02/2023 Permalink | Responder  

    Factos de Abril 

    «Mas esse ano passou, outros anos passaram.

    Por uma manhã de Abril, nas vésperas de Páscoa, Vilaça chegava de novo a Santa Olávia.»

    Assim escreveu Eça de Queirós na abertura do terceiro capítulo dos «episódios da vida romântica» que são Os Maias.

    Sessenta anos vieram e foram. Em Abril de 1947, viajava-se de avião para Paris. O público mantinha o entusiasmo pela velocipedia e, na capital como na província, interessava-se pelos treinos das equipas e pelas primeiras corridas, ainda que fossem de principiantes. Conforme se viu, a revista Stadium cobriu uma capa com o instantâneo de João Rebelo  e Max André, isolados do pelotão, a lutar pela vitória. Em Lisboa, João Lourenço, do Sporting, ganhou a prova regional de contra-relógio. Maximiano Rola foi fotografado sentado, ainda com uma câmara-de-ar enrolada ao tronco, abandonado a um merecido descanso depois de vencer uma prova de 160 quilómetros.

    Miguel Torga meditou nas dezasseis telas que observou em Freixo de Espada-à-Cinta: «Grão Vasco é, afinal de contas, um Junqueiro da pintura. Todos aqui nos equivalemos. Para um poeta de terceiras, um pintor de terceiras também.». Miguel Torga queria «grandeza», menos «pobreza de desenho» e menos «mesquinhez de imaginação». No dia seguinte, 10 de Abril, desceu de burro até Barca de Alva.

    A 18, o coronel Belisário Pimenta foi à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra após o almoço. Seguiu a Ladeira do Castelo, sob intenso calor, com uma pasta. Achou-se «muito mal disposto, a sentir fortes palpitações». Regressou a casa «bastante incomodado» e foi ao médico, que diagnosticou uma «paralisação de digestão». Belisário Pimenta considerou-se avisado. A tensão arterial estava baixa: 10/5. Concluiu, filosoficamente, o seguinte: «Enfim, a curva desce.»

     
  • nunorosmaninho 16:41 on 06/02/2023 Permalink | Responder  

    A problemática dos furos lentos – Portomar, 5 de Fevereiro de 2023 

                Chama-se furo lento, no dicionário de La Palice, ao orifício infinitesimal pelo qual se esvai, durante minutos, horas ou dias, o sopro que, à força de braços ou de pés, se empurrou, com uma bomba,  para uma câmara circular de borracha, por intermédio de uma válvula metálica, de aspecto variável, que nas bicicletas de corrida é costume ser fina e longa, rematada por uma espécie de bico, que se atarraxa e desatarraxa conforme os usos momentâneos que se lhe pretende dar.

                A minha bicicleta foi vitimada por um desses furos lentos, atrevo-me a dizer lentíssimos ou mesmo bué lentos. Presumo isto porque, no sábado à noite, encontrei a roda dianteira com uma flacidez quase inorgânica. Pensei logo:

                – Lá se vai a volta de amanhã.

    Comuniquei a desdita aos amigos e avisei-os de que iria verificar a evolução do caso. Perto das onze da noite, premi o pneu e, incerto dos factos, calculei que algum ar já teria saído. Pouco depois, recebi uma chamada do Vendedor explicando que, sendo o furo tão lento, dava para chegar na bicicleta a Portomar e aqui se procederia ao conserto. Pareceu-me bem. Agradeci a ajuda e fui dormir.

    Na manhã seguinte, a roda apresentava a firmeza de seis bares. Dilatei a força para sete bares. Pus as luvas, o gorro e o capacete e, prevenido do vento pelo Periglicófilo, segui, sem nenhum contratempo, até à esplanada ensolarada e quase vazia de Portomar.

    O Vendedor, o Físico e o Periglicófilo chegaram pouco depois. Comeu-se a nata que havia a comer, tomou-se o café que havia a tomar, conversou-se o que havia a conversar e, quando chegou à minha bicicleta, o Vendedor exclamou:

    – Eh, pá! A roda está cheia. Tu não querias era andar de bicicleta e arranjaste uma desculpa!

                Pusemo-nos a pedalar no sentido da Praia de Mira, inflectimos para o Poço da Cruz e, devagar, indiferentes ao vento, prosseguimos até à rotunda grande, que marca o limite sul de Calvão. Não sei se os naturais desta terra dizem de Calvão ou do Calvão. Tinha gosto em lhes satisfazer a propriedade intelectual do nome, mas ainda não esclareci o assunto.

                A roda permanecia rija. O Periglicófilo imaginou uma fotografia inovadora. Os amigos dirigiram-se para a Bairrada, eu para Ílhavo. Aqui, limpei a corrente e o quadro e pendurei a bicicleta. A roda não dava sinal de perder o fôlego. Congratulei-me com isso. À noite, permanecia incólume. Passaram trinta horas. O vigor já não me parece o mesmo.

     
  • nunorosmaninho 18:38 on 02/02/2023 Permalink | Responder  

    A época velocipédica de 1947 

    A época velocipédica de 1947 começou, em fins de Março, com uma temperatura magnífica e uma triste hesitação geral. Na primeira prova, inscreveram-se apenas dois independentes do Sporting. A imprensa via desinteresse na Iluminante e na Lisgás, indecisão no Sangalhos e impossibilidade de formar uma equipa no Benfica. É o estiolamento do ciclismo português? Será a morte? Pessimismo ingénito?             Bastaram duas semanas de corridas para, ao lado das fotografias, se proclamar que: «A velocipedia tende a desenvolver-se cada vez mais.» Bastaram três para que, na capa da revista Stadium, se celebrasse a poesia da competição: «Em plena estrada, o esforço dos estradistas tem momentos de verdadeira grandeza. Às vezes, a um esticão mais forte, os pelotões quebram-se e as corridas tornam-se mais emocionantes. João Rebelo e Max André não se separam: um auxilia o outro, mesmo que não queira. É a lei da estrada!»

     
  • nunorosmaninho 10:55 on 01/02/2023 Permalink | Responder  

    Formação profissional 

                Perguntado sobre o que fizera antes de se encontrar, aos dezasseis anos, a trabalhar numa mercearia, o meu pai disse o seguinte:

                Fiz a quarta classe aos treze anos e estive a aprender chapelaria em Coimbra, um ano ou um ano e tal. Abria às oito da manhã e fechava às oito da noite, sem fechar para o almoço. Alguns clientes até parece que escolhiam quando estávamos a comer para lá irem.

    Na Mata, havia a mercearia do senhor Egídio, ao pé da Capela de Santo Amaro. Ele, primeiro, estava só na loja. Depois, ficou lá a mulher, e ele dedicou-se à revenda, principalmente de sementes. Era uma pessoa sabida, que me elucidou muita coisa. Se bem que eu estive primeiro a trabalhar em Aguim, na mercearia do Navega, que ficava abaixo da capela, à esquerda. Fui para lá com quinze anos, em 1945. Estive lá um ano e tal, dois anos. O Luís Manco é que era lá o chefe da mercearia. Era uma mercearia grande. Também estava lá o Fernando, de Aguim, que depois foi louvado. Eu não recebia nada. Estava a aprender. Ia a pé. Não tinha horário certo. Era de manhã à noite. Levava uma marmita para comer ao meio-dia e vinha à noitinha. Não desgostei do trabalho. A gente é nova… Só que o trabalho mais vistoso não era para mim. Tinha uma taberna na parte de trás e à frente tinha a mercearia. Eu preferia a mercearia, mas era sempre empurrado lá para trás.

    A minha mãe queria que eu fosse estudar, tirar o curso comercial, mas o meu pai queria era dinheiro. Então, comprou metade da casa, que era dos Veríssimos. O ti Joaquim Veríssimo divorciou-se da mulher e dividiram a casa. Ele, depois, foi para o Brasil e levou o filho, chamado Norberto. O meu pai comprou-lhe a casa, fez lá obras e pôs lá a mercearia.

     
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