Updates from Dezembro, 2015 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado

  • nunorosmaninho 13:58 on 31/12/2015 Permalink | Responder  

    Já está! 

    E assim, com o fim do ano, veio a chuva e o fracasso da empresa que se estava constituindo para operar na manhã do dia 31. Jorge, Arménio, Rúben e Associado nem chegaram a entrar no cartório.

    Passemos ao balanço. O Escrivão diz que andou 4718 quilómetros por estrada (e, uma ou duas vezes, por trilhos e caminhos) e aproximadamente 125 no velódromo. Tudo bem somado dá uma colheita de 4843 quilómetros em 2015.

    Queiram os estimados amigos indicar até onde levaram os vossos hodómetros, para que possa, com a máxima brevidade, proceder ao encerramento do ano. Amanhã, é outro tempo. O Anastácio promete surpreender-nos. Insiste em começar 2016 com um poema à mulher gorda. Estão a imaginar?

     
    • topedrosa 14:16 on 31/12/2015 Permalink | Responder

      A sociedade por quotas dos Informáticos fechou para balanço em 19 de Dezembro. O sócio Ferroviário ficou-se pelos 6009 quilómetros por estrada e uma estimativa de 90 quilómetros no velódromo. A quantidade ofusca a velocidade média que ficou um pouco abaixo do ano anterior, o que pode ser explicado por mais subidas este ano. As composições ferroviárias não se dão muito bem com inclinações de 10% e mais …

      Já agora, Escrivão, hodómetro ou odómetro. Vi que havia o grego hodós ao barulho, mas qual das grafias está correcta ? Ou à boa maneira portuguesa, vale tudo ?

      • nunorosmaninho 19:37 on 31/12/2015 Permalink | Responder

        Antes de usar a palavra, fiz a costumada triangulação pelo dicionário Houaiss, pelo dicionário da Academia e pelo sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. As razões etimológicas aconselham, como bem mostras, a grafia com h. O que eu não queria era parecer entendido na matéria, nem gritar contra a libertinagem linguística. Poderíamos sempre escrever conta-quilómetros, se o desgraçado hífen não provocasse novas dúvidas na classe do AO90.

    • Rui Godinho 14:35 on 31/12/2015 Permalink | Responder

      Mas a manhã de 31 esteve mesmo boa pr o acerto de contas final, como adiante se comprovará.
      Não pedem informações ao Borda d’Água!!!…

      • nunorosmaninho 15:39 on 01/01/2016 Permalink | Responder

        Na meteorologia, como sempre, errei.

  • topedrosa 17:59 on 30/12/2015 Permalink | Responder  

    Estatísticas anuais 2015 

    2015 Annual Report

    Clique na imagem para entrar

     
  • nunorosmaninho 10:37 on 30/12/2015 Permalink | Responder  

    Uma citação de Oscar Wilde 

    Graças a um estupendo esforço, foi possível concluir o ano velocipédico de 1930, que nos deu despiques memoráveis entre Manuel Prior e Joaquim Rosmaninho e, contra o que se pensava, o Maneco tentando a sua sorte em importantes corridas de Coimbra. E 1931? Os mistérios do passado chegam a ser tão intrigantes como os do futuro.

    – Ora, ora, senhor Escrivão! Ponha outra vez uma cara de nostalgia mas não tente o efeito literário. Eu, que não sou dado a leituras, arrepio-me com palavras fora do sítio.

    – Sossega. Vamos entrar no novo ano com espírito aberto. Mas não posso deixar de reconhecer… – E como eu suspendesse a fala, o Anastácio olhou-me à espera que concluísse. – Tu a mandares reduzir os efeitos e eu a pensar num poeta de Aguim.

    – Quer ver que, depois de Séneca, temos poesia?!

    – Pode acontecer. Mas só no ano que vem. Este já passou e não há maneira de o acrescentar.

    – Quem é o poeta?

    – Ó meu amigo, eu nem sei se ele chega a entrar nestas lides. Ao contrário do que diz Oscar Wilde, não devemos ceder a todas as tentações.

     
  • nunorosmaninho 15:44 on 29/12/2015 Permalink | Responder  

    Serafinada com Rosmaninho 

    Serafim Silva, que tantas serafinadas ofereceu ao desporto de Coimbra, celebrou a Volta ao Luso com cinco quadras e um desenho alusivo ao fecho da temporada. O humorista imaginou-se num avião feito de canas e papel de seda, sobrevoando a corrida dos ases. O que viu ele? Ele o diz: «o Rosmaninho à frente, sempre a cavar».

     
  • nunorosmaninho 10:43 on 29/12/2015 Permalink | Responder  

    Nos fortes, ganha Manuel Prior 

    Não escondo que preferia ter visto o Maneco ganhar a sua segunda corrida oficial, mas esteve bem. Falta a corrida do irmão Joaquim. Por um milagre de que só o Anastácio conhece o segredo, voltámos à Rua da Sofia para seguir a IV Volta ao Luso na categoria dos fortes. Ingressámos noutro carro e assistimos àquilo que se segue, narrado com o pitoresco verbal dos entusiastas velocipédicos de há oitenta e cinco anos.

    «Dada a partida aos últimos seis corredores, que constituíam o grupo dos fortes, imediatamente lhe vão no encalço os três carros de apoio.

    A prova começa a fazer-se com serenidade, sem grandes velocidades. Mas, uma avaria na máquina faz com que Manuel Prior sofra as primeiras consequências, deixando avançar os seus competidores. A passagem em Souselas faz-se com [Joaquim] Rosmaninho, Arménio e Gualter num pelotão.

    O representante do União aproxima-se e retoma o seu lugar na frente, onde todos se conservam por algum tempo, com excepção de Marinho, que vem mais atrasado.

    A péssima estrada para Larçã é penosamente coberta pelos autos, que levantam nuvens de pó.

    Alguns dos concorrentes fracos e principiantes vão surgindo, com avarias nas máquinas.

    Aproxima-se a Pampilhosa; no controle desta localidade há uma medalha para o primeiro que passar. Rosmaninho, que leva um pequeno avanço, ganha-a.

    Entretanto, um novo desarranjo da bicicleta de Prior obriga-o a nova e irritante paragem forçada; perde um tempo apreciável, que ele depois, com grande energia, vai recuperando.

    A subida para o Luso deixa Rito para trás, e depois desiste por avaria; Gualter aguenta bem os dois representantes do Sport, que pedalam, alternadamente, na vanguarda.

    Passado o Luso, com [Joaquim] Rosmaninho à frente, lá estão na bifurcação da estrada Para Mealhada e Anadia, as duas bandeiras de sinalização: verde-Anadia.

    Agora o caminho é todo em descida. O pelotão da frente é ainda constituído por Arménio, Rosmaninho e Gualter; Manuel Prior vem, em vigorosa pedalada, em sua perseguição. A passagem em Vila Nova, Póvoa do Pereiro – onde está esperando os corredores o Senhor Dr. Fernando Lopes, um grande entusiasta destas coisas – e em Anadia não altera a colocação.

    A distância entre Prior e os da frente vai sendo menor; estes vão perdendo terreno, e na Malaposta, ao entrar na Estrada Nacional, de regresso a Coimbra, o corredor azul alcança-os.

    Vai agora ser travada a grande batalha. O esforço que Prior fez, deu-lhe ânimo.

    Há umas tentativas de fuga. Primeiro é Arménio, que por vezes tem conduzido a prova; depois alternam-se as iniciativas de fugas, todas frustradas.

    Aproxima-se a Mealhada, onde os corredores são aclamados por uma enorme multidão.

    O número de carros e motos aumenta constantemente. Subida de Viadores, Carqueijo, Sargento-Mor. A luta vai rijamente travada, mas Rosmaninho queixa-se dum músculo e retarda a marcha. Gualter fica também para trás. À frente, agora, só os dois representantes do União e Sport. O primeiro conduz a corrida, com Arménio à retaguarda. Há uns ziguezagues desnecessários e censuráveis.

    Poucos quilómetros restam. Numa pequena subida à Casa Amarela, Arménio tenta inutilmente distanciar-se, e, logo adiante, é Prior, por sua vez, que, com êxito, faz a tentativa, alcançando uns metros de avanço que lhe deram a vitória.

    Começam a ouvir-se as primeiras palmas, que se vão avolumando ao aproximar da meta, onde Manuel Prior entrou em primeiro lugar, [seguido] de Arménio Ferreira, apenas com alguns segundos de diferença.

    Em terceiro lugar chegou Joaquim Rosmaninho, em quarto Gualter Lopes e em quinto Rodrigues Marinho.»

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  • nunorosmaninho 14:46 on 28/12/2015 Permalink | Responder  

    Transferência milionária – Praia de Mira, 27 de Dezembro de 2015 

    Já é oficial. O Rúben foi transferido da equipa do Avelino dos Leitões para a da Maia, onde ingressará como cadete na próxima semana. O negócio envolve uma verba avultada de satisfação dos colegas das viagens cíclicas, que lhe desejam muitas venturas e ficam a aguardar a oportunidade de o apoiarem nas suas competições. A parte difícil é toda do Rúben: treinos diários, quilómetros à chuva e ao frio, aprendizagem das tácticas, tensão competitiva, etc.

    Se a troïka não fosse literalmente um trenó puxado por três cavalos, atrevia-me a dizer que a tróica de hoje operou com rigor e harmonia. Juntou-se às nove em Vilarinho do Bairro e só parou na Praia de Mira, onde circulavam mais bicicletas do que automóveis e as natas eram muito estimáveis. O jovem puro-sangue realizou uma excelente ofensiva na variante entre Portomar e a praia, levando consigo os outros dois elementos e até um grupo que se juntou ao ser ultrapassado. No regresso, o Rúben voltou a liderar o combate contra o vento até à inclinação das Campanas. Para que não restem dúvidas, além do Rúben, apresentaram-se ao serviço o Escrivão e o Paulinho. Talvez conviesse acrescentar duas linhas sobre a amenidade da temperatura e o azul do céu. Mas isso traria poesia de mais para um roteiro positivo de factos velocipédicos.

     
    • Rui Godinho 23:17 on 28/12/2015 Permalink | Responder

      Excelente notícia! Maia é um dos pontos de elite do ciclismo nacional. Com a genica do Ruben, tem as portas escancaradas para o sucesso. Quanto à dureza da preparação, o certo é que, quanto mais duro é o caminho, mais saboroso será o sucesso!
      Parabéns!

  • nunorosmaninho 20:31 on 27/12/2015 Permalink | Responder  

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  • nunorosmaninho 20:26 on 27/12/2015 Permalink | Responder  

    Maneco versus Moreira 

    Já tive oportunidade de explicar que fracos é uma palavra infeliz para designar os ciclistas em início de carreira e que, mediante boas prestações, podiam passar à categoria dos consagrados e disputar com eles as corridas tuteladas pela União Velocipédica Portuguesa. Para um jovem corredor como o Manuel Rosmaninho, aliás, Maneco, disputar a prova dos fracos não é um estigma. Ele rondava os vinte anos, estava a começar e não sabia o que o futuro lhe traria. Eu próprio, que vou concatenado estes factos antigos, não sei o que aconteceu ao Maneco nos anos seguintes. O passado desconhecido aproxima-se singularmente do futuro por decifrar. Estou surpreendido por encontrar o avô Maneco na IV Volta ao Luso. Se o descobrisse na categoria dos fortes, ficaria matutando nos lapsos da história, mesmo quando esta é apenas familiar. O que se esquece nunca existiu.

    Até o ver na Volta a Penela, pensava que o Maneco jamais havia sido ciclista oficial. Agora, com a IV Volta ao Luso, ei-lo que aparece numa disputa acerada com António Moreira (um do Sport, outro do União), reeditando os duelos Pires-Carreto e Prior-Rosmaninho.

    – Ó senhor Escrivão, olhe que a corrida vai começar! Chegue-se aqui, depressa. – Lá estava o Anastácio na esquina onde, dezoito anos depois, haveria de nascer a majestosa colunata do edifício da Caixa Geral de Depósitos. – Vamos à boleia no carro de A Voz Desportiva.

    Mal tive tempo de entrar. Ouve-se o sinal de partida. «Os corredores da categoria dos fracos estendem-se em fila pela Sofia fora. Em seguimento partem os carros de apoio.» E lá vamos nós também.

    «Agora um, logo outro, vão-se encontrando os principiantes» que, como se lembram, tinham partido antes dos fracos.

    «A estrada Porto-Lisboa seduz, muito lisa, brilhando ao sol forte.

    Fornos, passo de nível aberto, não há impedimento. Obliquando à direita, enveredamos pela estrada da Pampilhosa.

    [Manuel] Rosmaninho continua comandando a frente; [António] Moreira, vencedor da sua classe, atrasa-se uns minutos.

    Souselas é passada num relance. Músicas, foguetes, aclamações!

    Principia a íngreme subida de Larçã. Mais principiantes. Moreira lança-se com ardor na perseguição dos seus antagonistas.

    Luso é descido a uma média de 50 à hora.

    Passámos em Vila Nova de Monsarros como um sopro.

    – À frente, quem vai? Respondem-nos: Rosmaninho!

    Estamos próximo da Anadia.»

    Aqui, tive de interromper o relato.

    – «Da Anadia», senhor jornalista? Não sabe que se diz «de Anadia»?

    Ele ignorou-me e prosseguiu sem se deter nas minúcias linguísticas. Fez bem, embora o assunto me pareça sério. Estamos próximos de Anadia, diria eu. «Muita gente, lindas pequenas, que saúdam com entusiasmo os corredores!

    Uma surpresa. Um sinaleiro na praça da Anadia.»

    – Outra vez, senhor jornalista? O sinaleiro estava na praça de Anadia, está bem?

    «Belo trabalho! Faz inveja aos sinaleiros da nossa terra.

    Subimos a Avenida. Morte à vista (quero dizer, uma camioneta fora de mão) numa curva!

    Novamente estrada de Lisboa.

    De Rosmaninho, nem sombras. No entanto, as médias feitas têm sido boas.

    Faltam três quilómetros para a Mealhada. Enfim, o corredor rubro-preto. Moreira junta-se. Arrancam, passam Mealhada, Carqueijo, Sargento.Mor, e começa a descida, 30 a 40! Ora Moreira, ora Rosmaninho, esticam.

    Os tripulantes dos carros de apoio entusiasmam os seus. Casal do Ferrão, começam a aparecer adeptos. Mais entusiasmo!

    Na Estação Velha, Moreira anima-se e coloca-se à frente, e à frente, mas com pouca diferença, termina a prova!

    O corredor azul e [Manuel] Rosmaninho foram dois valentes competidores. Ganhou Moreira, como poderia ter ganho Rosmaninho.»

     
  • nunorosmaninho 20:23 on 27/12/2015 Permalink | Responder  

    Laboração contínua – Curia, 26 de Dezembro de 2015 

    Dando livre curso ao empreendedorismo, com que se há-de salvar a pátria, o Escrivão entabulou conversações para constituir uma nova empresa. Foi registada com o nome de Nuno Manuel, Bruno & Associado, sem capital social fora da família e com vida útil de setenta minutos. Esta spin-off do ramo da corrida a pé, mais efémera do que uma libelinha, exerceu-se na área da Curia na tarde subsequente ao Natal. Aguarda-se a sua reactivação em data a anunciar. O Informático Ferroviário teve razão quando sugeriu que o Escrivão entrara em laboração contínua. Na viagem cíclica de amanhã, enquanto outros repousam, comporá uma tróica com o Paulinho e o Rúben.

     
  • nunorosmaninho 17:32 on 26/12/2015 Permalink | Responder  

    Ver com o nariz 

    – «Coimbra acordou com um movimento desusado na sua Baixa. De várias partes vinham chegando ciclistas, sempre e cada vez mais ciclistas. Às dez horas o movimento era já enorme. Carros com bandeiras desfraldadas ao vento, andavam, dum lado para o outro, na azáfama de provir bem um apoio aos seus. No Largo Miguel Bombarda a multidão aumenta, aumenta sempre. Agora são meia dúzia de ciclistas rubro-pretos que chegam; ponte fora vêm os preto-brancos, os representantes do clube de além-rio; da Arregaça, os azuis; em resumo, de toda a parte surgem os 57 inscritos. Alguns redactores do nosso jornal ultimam os preparativos. O público, cada vez mais numeroso, na ânsia portuguesa de tudo querer “ver com o nariz”, dificulta esses preparativos.»

    Ver com o nariz! Não conhecia tal expressão. É boa.

    – Continuando. «Tiram-se fotografias. O Alberto Ferreira não falta com a sua máquina. Faz-se a chamada e alinham-se os concorrentes para a parada. Recomendações, saudações. Os carros de apoio abrem o cortejo. Atrás dos concorrentes só um auto a fechar a parada. Do Largo Miguel Bombarda à meta de partida, o público aplaude com calor os concorrentes. As janelas do percurso estão pejadas de senhoras. Palmas desta, sorrisos daquela, interesse daquel’outra em conhecer nos 57, o seu ídolo, o Rosmaninho, o Prior e até o Gualter, que já conseguiu, com a sua galhardia, claque feminina.»

    – Muito bem – atalhou o Anastácio. – Vamos também para a Rua da Sofia. Os corredores vão sair por grupos, na ordem que o senhor indicou há pouco, com três minutos de intervalo.

    – Só temos espaço para seguir os fortes.

    – Alto lá, senhor Escrivão. Então e o seu avô?

    – O Maneco também corre?

    – Está na categoria dos fracos. É o número 42 da lista oficial.

    – Não me diga! O Maneco, outra vez? Boas surpresas nos traz este final de temporada. Quem é que falou em falta de espaço? Vamos à corrida dos fracos.

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