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  • nunorosmaninho 16:36 on 13/05/2024 Permalink | Responder  

    Melancias famosas – Costa Nova, 12 de Maio de 2024 

                Para chegarem à minha porta, o Hermínio saiu de Santa Luzia, quase em Coimbra, o Periglicófilo de Cantanhede e o Vendedor de Sepins. A manhã parda e fresca afastou os clientes das esplanadas da Costa Nova e deu-nos a oportunidade de escolher a mesa da pastelaria Atlântida.

    Fiquei a saber que me enganei quando supus que os amigos tinham ido à Figueira da Foz pela Tocha. Para escaparem à monotonia das grandes rectas, preferiram deambular pelas povoações que seguem mais a direito a partir de Cantanhede. Também me inteirei de um magnífico plano por intermédio do qual o Vendedor me convenceu facilmente a realizar a longa jornada de Fátima, marcada para 25 de Julho. Reavivaram-se as intenções de regressar à Torreira, a Cedrim, ao Moinho do Pisco, a Mortágua e ao Caramulo. Lamentámos a degradação crescente da ciclovia do Dão. Como demorei a publicar as notas anteriores, o Vendedor perguntou se tinha desistido delas.

    – É preciso ler as viagens mais antigas – prosseguiu o Vendedor, – Aqui há uns anos, andávamos todos os domingos, ainda que chovesse. Agora, basta sentirmos os borrifos de uma mangueira e ficamos logo em casa.

    O Periglicófilo aludiu a tempos ainda mais remotos, quando éramos secundanistas de Letras e, no Verão, trabalhadores nas termas da Curia. Ao domingo, na companhia do Vendedor, doutorado na oficina de bicicletas e motorizadas do senhor Joaquim Pinto e de automóveis do Acácio, íamos passar o dia à praia da Figueira da Foz. Se isto aqui fosse uma conversa, o Vendedor falaria da melancia comprada no mercado e o Periglicófilo rememoraria a habilidade de ir com ela na bicicleta, sem mãos, lançando-a ao ar como num circo. A seguir, acudia-nos o engenho a equilibrar as longas cascas numa lata de sardinha. Ou seria de atum? O Periglicófilo é que se recorda de tudo.

     
  • nunorosmaninho 15:34 on 13/05/2024 Permalink | Responder  

    Savannah 

                A cidade de Savannah, na Georgia, é plana, tranquila, ricamente arborizada e de raras bicicletas. Tem jardins, muitos jardins, árvores, muitas árvores, carvalhos frondosos, de onde pendem filamentos simbióticos, o fungo espanhol, que só cresce no ar puro. Os automóveis circulam devagar. Os automobilistas são pacientes. Porque há tão poucos ciclistas? Não os vi a entregar comida, com vastas mochilas, nem açodados para o trabalho. Não vi jovens  enérgicos a pedalar por volúpia, nem ousados nos skates e nas trotinetes. Havia poucos velocípedes encostados às paredes. Os ciclistas passam sem alarido, com o vagar aldeão da minha infância. Foi aqui que Martin Luther King encetou a carreira de pregador. Os fiéis negros, segregados, descendentes de escravos, saíam da igreja e recolhiam-se na sombra dos carvalhos. Seguiriam a pé para casa? Não tinham bicicletas?

     
  • nunorosmaninho 15:27 on 13/05/2024 Permalink | Responder  

    Jornada figueirense – Figueira da Foz – 25 de Abril de 2024 

                No dia em que a revolução do 25 de Abril fez cinquenta anos e em que aterrei em Savannah para estudar as bicicletas, o Físico, o Periglicófilo e o Vendedor realizaram a viagem à Figueira da Foz. Sei pouco sobre o que sucedeu. Suponho que seguiram por Cantanhede e Tocha. Almoçaram no núcleo sportinguista. Hão-de ter comido um gelado na Emanha. Tiveram animo para subir a serra da Boa Viagem? 

     
  • nunorosmaninho 15:21 on 13/05/2024 Permalink | Responder  

    A fotografia em falta – Costa Nova, 21 de Abril de 2024 

                Chamo a esta nota «Fotografia em falta» para assinalar o extravio de uma imagem que, completada, aqui devia estar. O Hermínio, o Periglicófilo e o Físico vieram de automóvel até à minha porta. Daqui seguimos a pedalar pelos pinhais e junto à ria. Estacionámos na plataforma da Pastelaria Atlântida. O Informático Motard juntou-se ao grupo para tomar café e conversar. Anda destreinado da bicicleta e preocupado com os perigos do ciclismo dominical. Veio na mota que lhe dá o cognome.

    Hoje, fomos insultados por automobilistas e motociclistas irritados com a nossa presença. Ignoram que a lei nos autoriza a preferir a estrada. É isso que nos salva da profusão de ciclovias curtas e estreitas. Também desconhecem que a lei admite dois ciclistas a par quando a segurança está garantida. Esses pedagogos abrem o vidro, gritam, estendem o dedo e, quando calha, acertam-nos tangentes para provocar o medo. Tudo isto nos aconteceu hoje. Melhor teria sido, portanto, um título que os vituperasse.

                A conversa durou. A despedidas foram rápidas. Creio ter sido eu que, ao montar a bicicleta, ainda disse:

                – Não fizemos a fotografia! E logo hoje que o Informático Motard esteve connosco.

                O Periglicófilo ligou-lhe sem sucesso.

                – Paciência! – lamentou o Periglicófilo, – Tiramos nós a fotografia e deixamos um espaço para ele.

                É precisamente esta imagem inacabada que se encontra perdida.

                O regresso foi demorado. O Hermínio partiu no encalço de uma ciclista e enganou-se no caminho. O Periglicófilo, desconhecendo o engano, foi atrás dele até à ponte de pau da Vista Alegre. O Físico e eu, remansosos, estranhámos a demora e, por telemóvel, demos conta da confusão. A longa manhã produziu apenas quarenta quilómetros. O almoço tardou.

     
  • nunorosmaninho 14:31 on 30/03/2024 Permalink | Responder  

    Simples e natural – De Santa Comba Dão a Viseu e regresso, 23 de Março de 2024 

                A viagem pela ciclovia do Dão decorreu daquela maneira simples e natural que advém do hábito. Já não é necessário descer uma ravina com a bicicleta pela mão para chegar ao início do percurso. Agora, segundo explicou o Periglicõfilo, há uma ponde que atravessa o pequeno vale enlameado e conduz os ciclistas do cais ferroviário ao momento solene em que montam os velocípedes e declaram:

                – Vamos a isto!

                E foram. A fotografia documenta a partida do Vendedor, do Periglicófilo e do Físico. Encontraram o piso degradado pelas raízes, atapetado por lençóis de terra, sujo de folhagem e gravetos. Imagino-os a lançar justas imprecações aos autarcas que apenas gostam de inaugurar. E sei que, sem partidarismos, enalteceram a impecável manutenção dos cinco quilómteros finais, junto a Viseu, pelos quais caminham muitas pessoas. Almoçaram com o saudável apetite que advém do esforço físico. Houve troca de fotografias de opíparas refeições entre os ciclistas que foram ao Dão e aqueles que ficaram em casa. Interromperam o regresso no café do papagaio. Abriu ali perto uma loja de aluguer de bicicletas.  A paisagem, estou certo, continua magnífica..

     
  • nunorosmaninho 11:33 on 23/03/2024 Permalink | Responder  

    Inverno 

                A viagem pela ciclovia não se realizou na data aprazada. O vento e a chuva tornaram sonbrios os belos caminhos de Santa Comba a Viseu e retiveram os ciclistas em casa. Mesmo o Bruno e a Laëtitia, que romaram ao Alentejo na esperança de passear de bicicleta, tiveram de desistir. O trabalho de carregar dois velocípedes fracassou quando, prontos para iniciar o passeio, uma chuvada os fez desistir.

                No sábado seguinte, ia a manhã a meio quando chegou uma mensagem do Periglicófilo. Vinha bem-humorada. Merece um parágrafo próprio, recolhido à direita, em tipo menor:

    Estou a ouvir estas sucessivas bátegas e a imaginar-me a conduzir o meu barquinho pelo Dão acima! E no próximo sábado a dose repete ou quase. E também amanhã está em sério risco. Sei que alguns de nós são sportinguistas, mas acho que já estamos a apanhar verdete demais!

                O Periglicófilo escrevia estas palavras na Mata e eu lia-as na Vista Alegre enquanto a água repicava nos vidros e corria nas caleiras. O Físico acrescentou:

    Estou próximo do Dão. Aqui não chove pouco! Com este tempo, nem bicicleta nem gaivota.

                À tarde, presenciei a invernia em  Vila Nova de Paiva. Na sala, escutavam-se palavras de apreço e de exegese sobre Aquilino Ribeiro, o mestre literário destas Terras do Demo. No exterior, o vento já não assobiava, a chuva suspendera-se, escurecia o céu e o frio ia fatalmente chegando aos zero graus. Não me lembro de Aquilino Ribeiro aludir a bicicletas nos seus livros. Aquelas serranias agrestes só estavam afeitas aos passos de caminhantes e azémolas.

                Veio outra semana, o céu chegou a conhecer o sol, sobreveio a sexta-feira, as nuvens apressaram a noite e a água desabou, inclemente, sobre a esperança dos ciclistas.

    Estávamos em Março. A luminosidade abria mais cedo os dias e estendia-se pela tarde fora. Falava-se em suspender as lareiras no dia de S. José. O sol resplandecia com mais firmeza. As águas escorriam nos combros de Santa Comba e, na pressa de confluir no Dão, atravessavam a ciclovia e arrastavam a terra. A atmosfera dava, finalmente, as boas-vindas aos ciclistas. Estes, cautelosos, atrasaram em mais sete dias a volta tão desejada. Pretendiam tratar com respeito a longa jornada, realizando uma voltinha dominical a título de treino. De acordo com os registos de correspondência, a que no tempo do papel se chamava copiador, apresentaram-se dois atletas nos fornos do Patrocinador. o Físico e o Vendedor, que não produziram fotografias nem notícias do evento.

    A Primavera veio numa quarta-feira quente e ensolarada. A ciclovia já não precisava de esperar mais. Lançaram-se os planos. O Vendedor e o Periglicófiloo encontram-se com o Físico em Anadia, às oito da manhã, e seguem, de automóvel, para o Vimieiro. Passam, como sempre, pela casinha de Salazar, param defronte da estação ferroviária, retiram as bicicletas, seguem pelo cais, se as obras de há um ano se encontrarem finalizadas, descem pelo caminho de pé-posto, lamentam a terra enlameada e, chegando à ciclovia, batem os sapatos no chão, montam os velocípedes e começam a deslizar, sem pressa, aproveitando a leve descida qie os conduz à ponte sobre o rio Dão.

     
  • nunorosmaninho 11:19 on 20/02/2024 Permalink | Responder  

    Planos – Ançã, 18 de Fevereiro de 20224 

                Até ao Carnaval, os ciclistas pouco passearam. No fim-de-semana imediato, porém, juntaram-se quatro nos caminhos de Ançã, e estabeleceram o calendário das grandes voltas de Verão. Afastadas as agruras da serra da Estrela, permanece a ida a Fátima como a grande prova. Será a 20 de Julho ou num sábado anterior, conforme a frescura dos ares. O Periglicófilo expôs o assunto com larga visão dos factos envolvidos nessa peregrinação de duzentos quilómetros. Embora eu não tenha participado no debate realizado no café do Chico Sá, , à volta de um bolo de Ançã, sei, pelo relatório oficial, que ficou estabelecida a necessidade de «evitar o sofrimento enorme que ocorreu no ano passado». É indispensável treinar, treinar muito, ir à Figueira da Foz e a Tomar e realizar o circuito da Torreira. «Organizem-se e pensem numa coisa», disse o Periglicófilo. «na foto, estão os dois mais velhos do grupo!» E assim é, de facto.

                No próximo sábado, espera-os a ciclovia do Dão.

     
  • nunorosmaninho 18:57 on 28/01/2024 Permalink | Responder  

    Os sentimentos dos ciclistas – Costa Nova, 28 de Janeiro de 2024 

                O Físico e o Periglicófilo vieram de automóvel até à Ermida, trazendo os cumprimentos do Patrocinador. Aquele que colecciona pacotes de açúcar ficou decepcionado por se ter esquecido das botas. Premiu cuidadosamente os quatro centímetros de pedal com as sapatilhas de sola fina. Alegrámo-nos com a temperatura tépida e o sossego das estradas. É preocupante que as travessas da ponte de pau trepidem demais e que alguns parafusos precisem de aperto.  Não nos impacientámos com a esplanada cheia porque depressa se libertou uma mesa. Notámos que as natas da Atlântida extavam quase mornas, e isso pareceu-nos bem. As plantas floridas despertaram-nos para a marcação da viagem pela ciclovia do Dão: 17 ou 24 de Fevereiro? Divertimo-nos com anedotas, dichotes e alegações por meio dos quais homens maduros se reaproximam do espírito juvenil. Na semana passada, deixei sem menção facto de termos cumprimentado, na Costa Nova, o bravo ciclista que, com a prótese numa das pernas, realiza quase cinco mil quilómetros por ano. Também deixei sem celebração o avistamento de uma velodama. Lembrei-me disso porque fomos suplantados por outra.

                Íamos naquela suavíssima estrada que bordeja a ria até à Vagueira, pela qual passavam muitas motas ribombantes, que eu acolhia placidamente tapando o ouvido esquerdo, quando fomos ultrapassados por uma ciclista. Manobrava um veículo de todo o terreno. Girava os pés com notável rapidez. Seguia muito direita e senhora de si. Não nos sentimos nada melindrados. Bem pelo contrário, ficámos a conferenciar sobre a ocorrência, de sua natureza rara, simpática e merecedora de encomiasmos.

                Cinco minutos depois, estávamos a subir a pontezinha onde o Periglicófilo obteve a fotografia da semana passada e a que chamei pitorescamente a serra da Vahueira. Isso fez-nos pensar onde devia ser feita a selfie de hoje, sabendo que a doutrina é, no presente ano, diversificar as vistas. Sugeri a barraca de madeira junto à ponte de pau. Infelizmente, encontra-se rodeada por uma cerca metálica, que talvez anuncie uma ditosa restauração. Resolvemos, sem convicção, apamhar um estreito viés entre a barraca e a ponte. Os dois que ficámos atrás, de corpo inteiro, devíamos ter vergonha da falta de estilo. Isso deve ter pensado a ciclista que, depois de nos ter fugido, passou outra vez por nós quando montávamos as bicicletas para completar a viagem.

     
  • nunorosmaninho 21:11 on 24/01/2024 Permalink | Responder  

    O prestígio das distâncias – Costa Nova, 21 de Janeiro de 2024 

    Veio, por fim, um domingo seco, tépido, calmo, e o ano das viagens cíclicas pôde começar. Eu andava a ler O Mistério da Estrada de Sintra, de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Ia já no desenlace quando encontrei uma alusão ao «prestígio das distâncias», que tão bem serve os turistas do exótico como os velocipedistas empreendedores. Nos dias que correm, o viajante nada ganha, em distinção, a passear em Portugal, pouco obtém na Europa e apenas se enobrece nas demoradas permanências africanas ou asiáticas. Os ciclistas prestigiam-se na velocidade, nos declives e nas longas jornadas. De tudo prescindimos hoje, menos da amizade.

                Curiosamente, a presente nota esteve para se chamar Atlântida, que seria a a viagem das viagens se pudéssemos descobrir este continente perdido. Como ciclistas, porém, a busca da Atlântida conduziu-nos placidamente à pastelaria da Costa Nova, onde, ao que dizem, estão pastéis de nata deliciosos, que Eça não pôde provar, ele que por aqui andou na meninice e, num Verão, a namorar a futura esposa.

                Alcançámos a Atlântida depois de o Periglicófilo, o Físico e o Vendedor terem posto as bicicletas em dois automóveis, se terem reunido no Patrocinador, na Mata da Curia, e de lá terem trazido abraços, que me foram escrupulosamente dados. Depois dos cumprimentos de mão, o Periglicófilo abraçou-me:

                – Este é do Carlitos, que te mandou um abraço.

                Inverteu a posição dos braços e repetiu o amplexo.

                E este é do outro Carlitos.

    Vindo os amigos de automóvel até à Ermida, pudemos chegar adiante de Ílhavo. Em vez de meia dúzia de quilómetros, andámos trinta, distância pequeníssima mas nada desprestigiante.  Eu colhi o benefício de pedalar mais do que o habitual e eles o prazer de admirar a beleza da ria na ponte de pau da Vista Alegre, na ponte da Vagueira e no caminho que a margina até à Costa Nova. Foi ainda para a ria que ficámos a olhar enquanto tomávamos café e comíamos as natas.

                O Vendedor lembrou-se do tempo em que, há mais de quarenta anos, ia para a praia da Costa Nova e atravessava a ria de barco para o sítio da Bruxa. Apontou para uma pequena edificação, separada da ria pela estrada e por cem metros de jardim:

                – A ria vinha até ali. Não tarda muito, está na altura de fazer a ciclovia do Dão. E em Julho, já se sabe, é para ir a Fátima.             (Fotografia de Rui Godinho.)

     
  • nunorosmaninho 16:16 on 18/12/2023 Permalink | Responder  

    Vista da ponte de pau – Gafanha d’Aquém, 17 de Dezembro de 2023 

    • Gafa

                Na viagem ao Egipto, o jovem Eça de Queirós observou as variações atmosféricas como um quadro, de cujas cores, luz e transparências nascia uma beleza agradável aos sentidos. Ainda não tinha trinta anos quando, ao narrar as Singularidades de Uma Rapariga Loura, deu limpidez à descrição de uma moeda de ouro rodopiando sobre a mesa, fez presente a morte de um fidalgo numa tourada já remota e viu o céu  sob o qual passeámos de bicicleta neste domingo.

         O dia estava de Inverno, claro, fino, frio, com um grande céu azul-ferrete, profundo, luminoso, consolado.

    – Que bonito dia! – disse Macário.

    Os amigos, que vieram dos fornos do Patrocinador, pela Mamarrosa e Bustos, deram uma volta à praceta e exclamaram:

    – Eh, pá! Estás bom?

    Como eu já os esperava à porta de casa, dirigimo-nos logo para norte e, chegando a uma certa rotunda, em vez de seguirmos para dentro de Ílhavo, passámos a ponte no sentido da Gafanha d’Aquém. Pensara maduramente nas três tristes natas comidas nesta terra de bacalhau. Era imperioso mostrar que também aqui se comem boas natas, o que, na verdade, sucedeu.

    Ficámos entretidos a conversar sobre os roubos que pessoas inesperadas ousam fazer em nossa casa, sob os nossos olhos, quase na nossa presença. Tomei conhecimento de que se apreciam os éclairs em Ançã, onde também existe uma bonita praia fluvial.

     – Agora, vamos por ali e damos a volta – propôs o Vendedor.

    Pedalámos um quilómetro para o litoral, escolhemos a estrada para a Vagueira e, muito antes desta praia, apanhámos a recta que nos conduziu à ponte de pau da Vista Alegre, onde nos demos a uma fotografia. Eu levava um impermeável amarelo, mas retirei o para que o meu equipamento vermelho equilibrasse as riscas verdes e brancas do Periglicófilo e do Vendedor. O físico não entra nestes clubismos a menos.

     
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