No primeiro domingo de Junho, anunciei aos amigos que não poderia andar com eles de bicicleta na Bairrada por me encontrar de visita às bicicletas de Utreque. Já então tinha redigido, sob as árvores das praças, três crónicas sobre essa experiência. Fi-lo no papel, sobre os joelhos, longe do mundo cibernético e hiperconectado. Depois, regressei a casa e, num gesto muito comum nos dias que correm, pedi à inteligência artificial do ChatGPTque escrevesse uma crónica em meu nome. Saiu um texto coerente mas irresponsável, convincente mas falso. As frases mais ilusórias são as de aparência mais verídica:
«Era uma manhã cinzenta em Utreque, quando os ciclistas despertaram de seus sonhos e se lançaram na jornada diária pelas ruas da cidade. Eles surgiram como um enxame de abelhas, movendo-se com uma determinação singular, cada um com seu propósito, cada um com seu destino.
Os ciclistas de Utreque são como uma comunidade secreta, uma irmandade de pedaladores que compartilham a mesma paixão pela liberdade e pela aventura. Suas bicicletas são seus cavalos modernos, permitindo-lhes explorar a cidade e conquistar novos horizontes.
Pedalam com uma destreza impressionante, desviando-se habilmente dos obstáculos que surgem em seu caminho. Parecem flutuar sobre o asfalto, em perfeita sintonia com suas máquinas de duas rodas. Cada pedalada é uma declaração de independência, uma afirmação de que são senhores de seu próprio destino.
Os ciclistas de Utreque são como arqueólogos urbanos, desvendando as camadas ocultas da cidade. Enquanto pedalavam, suas mentes se enriqueciam com as histórias das ruas e os segredos das praças. Cada esquina escondia uma narrativa, cada rua tinha sua própria melodia, e eles eram os ouvintes atentos, os espectadores curiosos.
Nas suas bicicletas, os ciclistas de Utreque encontram um refúgio do caos do mundo. O vento sopra nos seus cabelos, o sol acaricia os seus rostos e a velocidade fá-los sentir vivos. Enquanto deslizam pelas ciclovias, escapam das amarras da rotina e mergulham numa dimensão própria, onde o tempo é maleável e as preocupações se dissipam.
Os ciclistas de Utreque têm uma conexão especial com a natureza. Enquanto pedalam, sentem a pulsação da cidade e a harmonia do meio ambiente. Cada árvore, cada flor, cada pássaro torna-se parte da sua jornada. Eles são os guardiões da sustentabilidade, os defensores de um estilo de vida consciente.
Mas não se engane, os ciclistas de Utreque não são apenas sonhadores utópicos. São pessoas práticas, que enfrentam os desafios da vida com resiliência e determinação. Chuva, neve, vento forte, nada os detém. Eles adaptam-se às intempéries, pois sabem que o verdadeiro prazer da vida reside nas pequenas conquistas diárias.
Enquanto os observo pedalando pelas ruas de Utreque, sinto uma admiração profunda por sua coragem e comprometimento. Eles são os heróis cotidianos, os pioneiros que mostram o caminho para uma cidade mais humana e sustentável. As suas pedaladas ecoam como um chamamento para todos nós, um convite para nos libertarmos das correntes que nos prendem e explorarmos o mundo ao nosso redor.
Os ciclistas de Utreque são os protagonistas de uma história em constante evolução. Eles são as páginas em branco que escrevem a sua própria narrativa, capítulo por capítulo. As suas pedaladas inspiram-nos a viver com mais intensidade, a abraçar a liberdade que existe em cada esquina e a descobrir o prazer simples de pedalar sem rumo.
Enquanto o sol começa a pôr-se sobre Utreque, os ciclistas retornam aos seus lares, exaustos, mas repletos de uma alegria que só o movimento pode proporcionar. Eles desaparecem nas sombras da cidade, mas a sua presença permanece viva, inspirando-nos a sonhar, a explorar e a viver cada momento com a mesma paixão que eles têm ao pedalar pelas ruas de Utreque.»
Ousei pedir uma segunda crónica ao ChatGPT, e ele, com uma facilidade que raia a negligência, voltou a dizer-me o que eu poderia ter visto, pensado e escrito:
«Nas ruas movimentadas de Utreque, os ciclistas deslocam-se como uma dança sincronizada, uma sinfonia de bicicletas que ecoa pelos cantos da cidade. São seres intrépidos, navegando pelas vias com uma destreza única, conquistando o seu espaço no meio do caos urbano.
Os ciclistas de Utreque são a alma pulsante da cidade, trazendo consigo um senso de comunidade e colaboração. Enquanto pedalam, trocam cumprimentos e sorrisos com os colegas de pedal, formando uma irmandade de almas inquietas, unidas pelo amor à liberdade e ao movimento.
Cada pedalada é um ato de resistência, uma recusa em se curvar diante do ritmo frenético imposto pela sociedade moderna. Eles escolheram a simplicidade e a conexão com o ambiente, optando pela bicicleta como seu meio de transporte, em vez dos veículos poluentes e impessoais.
Ao observá-los, percebo que as suas bicicletas são extensões das suas personalidades, cada uma contando uma história única. Algumas são coloridas e extravagantes, refletindo a exuberância daqueles que as conduzem. Outras são modestas e despretensiosas, revelando a humildade e a simplicidade dos seus ciclistas.
Mas o que mais me encanta nos ciclistas de Utreque é o seu espírito aventureiro. Eles não se contentam em pedalar pelas ruas conhecidas da cidade, mas exploram além dos limites estabelecidos, descobrindo novas rotas, becos escondidos e segredos guardados pela cidade.
Eles desafiam as convenções e quebram as barreiras da monotonia, buscando a emoção e a descoberta em cada esquina. Os ciclistas de Utreque são exploradores urbanos, revelando a beleza oculta da cidade e revelando a nós, meros espectadores, a riqueza de possibilidades que se escondem nas paisagens familiares.
E assim, os ciclistas de Utreque seguem seu caminho, deixando um rasto de inspiração por onde passam. Eles lembram-nos da importância de buscar a liberdade e a autenticidade nas nossas próprias vidas, de abraçar o movimento e a conexão com o mundo que nos cerca.
E então, enquanto os ciclistas se perdem no horizonte, pergunto-me o que seria de Utreque sem eles. A cidade perderia parte da sua essência, do seu ritmo pulsante. Os ciclistas de Utreque são a alma que anima as ruas, a força que nos lembra que a vida é uma jornada, e que devemos vivê-la com coragem e paixão.
Que suas pedaladas continuem a ecoar, levando-nos em direção a um futuro onde a liberdade, a aventura e a conexão com o ambiente sejam os alicerces da nossa existência. Que os ciclistas de Utreque sejam eternamente celebrados, como os heróis modernos que são, desbravando as ruas e deixando um legado de coragem e inspiração para as gerações vindouras.»
Que dizer? Que fazer? Para já, recuso-me a ilustrar estas invenções,melífluas com fotografias verdadeiras, E ainda não sei produzir fotografias falsas.
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