Vale mais ter amigos do que dinheiro no banco

Estarreja – Torreira – S. Jacinto – Costa Nova, dia 17 de Junho de 2023

A história desta volta começa, na realidade, no fim da volta anterior, no Domingo dia 11: o Físico e o Periglicófilo haviam escoltado o Vendedor a casa. Já próximo de Tamengos o Periglicófilo desconfiou ter uma roda furada, o que o Físico confirmou. Como o furo era lento, umas bombadas lá nos cabeços e outras quantas já em Tamengos permitiram que a roda chegasse a casa não vazia.

O Cíclico dos pacotinhos de açúcar tinha passado imenso tempo sem sofrer um furo e eis que teve que desmontar a roda traseira e resolver a situação…

No dia aprazado, pelas 8.30h, estavam três sportinguistas numa casa de benfiquistas, local de encontro para a quase totalidade das passeatas cíclicas. O destino era a Torreira, tal como acontece todos os anos, pese o perigo de certas rotundas provocarem fracturas de tacículas…

De vez quando o Periglicófilo sentia um solavanco a cada volta da roda traseira. Pensou: Bolas! Deixei o pneu mal montado. Mas pronto… Agora aguenta e é se queres!!!

Tudo corria de forma ortodoxa, o que equivale que vai entro das regras ou, melhor ainda, sem quaisquer chatices. A paragem em Estarreja, numa confeitaria com dono conhecido do Vendedor, foi agradável. Serviu de reforço alimentar, dispensando-se a tradicional nata, pois havia a perspectiva de o almoço ainda demorar.

Já para lá da Murtosa, quando a filinha de pirilau se impunha por algum vento contraditório, o Periglicófilo obedeceu repentinamente à ordem de paragem emanada pelo Vendedor: Já viste como tens a roda de trás?

Pois… não tinha visto. Não me era tecnicamente possível… só parando mesmo. E eis que foi desvendado o mistério dos solavancos: o pneu apresentava uma mossa já considerável e, como se costuma dizer na gíria, estava literalmente nas lonas!

Seguimos, após retirar um pouco de ar da roda. A ideia seria tratar da situação na Torreira, talvez a uns 10 km. Caso não fosse possível, aplicava-se o Plano B: trocar os pneus, pois a roda da frente recebe menos pressões.

Só que o Peninha iniciou, entretanto, uma conversa por telemóvel. Obviamente que não fazia ideia do que se tratava, pois não era assunto que me dissesse respeito. Mas… engano meu! Este colega cíclico falava com o irmão de um seu colaborador laboral, residente na zona de Avanca e profundo conhecedor do mundo das bicicletas. Esperámos uns 15 minutos ainda antes da Torreira e eis que em três tempos a bicicleta estava operacional!!!!!

Quanto não vale ter bons amigos, não é verdade?

O almoço (frango de churrasco que se deixou comer…) foi já em S. Jacinto, mesmo a tempo do ferry para o Forte da Barra.

Paragem seguinte: Mercado do Costa Nova. Umas cabritas cegas, para acompanhar um fino e muita conversa do Vendedor em busca de várias pessoas conhecidas.

Numa esplanada vizinha, as cabras acabaram por ser acompanhadas por uma excelente sangria. Não se queixaram da companhia, mas as pernas não acharam grande piada. Ainda assim, aguentaram mais um bom período de acção, viradas à Vagueira e Poço da Cruz, tomando um percurso que tantas vezes fazemos ao Domingo.

Houve ainda tempo para visitar um amigo, em Torres / Poutena, que nos ofereceu um panaché. Os motores já estavam a gripar e um pouco de lubrificante veio a calhar para aguentar o resto da viagem.

Mas antes de sairmos ainda tivemos tempo de assistir a um dos mais extraordinários golos já vistos no Futsal, senão o mais extraordinário!